CIDADE DO VATICANO, 20 JAN (ANSA) – O papa Francisco afirmou nesta segunda-feira (20) que o populismo tem suas raízes na “indiferença egoísta” e é um terreno fértil para todos os tipos de ódio, incluindo o antissemitismo.   

A declaração foi dada pelo Pontífice durante uma reunião com uma delegação do Centro Simon Wiesenthal, um grupo de direitos humanos dedicado na luta contra o antissemitismo. Na ocasião, Francisco chegou a lembrar de sua viagem à Polônia, em 2016, quando fez uma oração no campo de concentração de Auschwitz, e ressaltou que o 75º aniversário da libertação, celebrado na próxima semana, precisa servir como um lembrete para as pessoas não serem indiferentes. “É preocupante ver, em muitas partes do mundo, um aumento no egoísmo e indiferença, falta de preocupação com os outros e a atitude que diz que a vida é boa desde que seja boa para mim e, quando as coisas dão errado, raiva e a maldade é desencadeada”, disse o líder da Igreja Católica. Segundo ele, “isso cria um terreno fértil para as formas de partidarismo e populismo que vemos ao nosso redor, onde o ódio cresce rapidamente, onde o ódio é disseminado”.   

Durante o encontro, Jorge Bergoglio também condenou “o ressurgimento bárbaro do antissemitismo”, embora não tenha mencionado diretamente nenhum movimento populista ou país. Além disso, reiterou que para combater estes sentimentos é necessário um esforço de integração, pesquisa e compreensão do outro. Em outubro do ano passado, durante o lançamento de um livro em Roma, o Santo Padre já havia afirmado que o populismo nasce “semeando o ódio”, citando como exemplo a ascensão do ditador nazista Adolf Hitler. (ANSA)