A Polícia Civil do Rio Grande do Sul concluiu, na última sexta-feira, 17, que o dono de uma pastelaria na cidade de Campo Bom forjou o caso de racismo em que ele foi a suposta vítima. Gabriel Fernandes da Cunha, dono e entregador do estabelecimento, acabou indiciado por falsa comunicação de crime.

De acordo com a polícia, ele criou uma conta falsa no aplicativo e realizou um pedido na própria loja. No campo de observações, a ‘cliente’ teria pedido “por gentileza” que fosse enviado um “motoboy branco” para levar o pedido, pois não gosta “desse tipo de gente”.

Gabriel Fernandes chegou a registrar um boletim de ocorrência e divulgou imagens do registro do pedido nas redes sociais. A pastelaria do casal é uma franquia do restaurante Hora do Pastel.

Durante a investigação, o dono do estabelecimento acabou confessando à Polícia Civil que foi o autor do pedido com a observação racista, mas não explicou as razões, alegando motivos pessoais.

Indiciado pelo delito de falsa comunicação de crime previsto no Código Penal, o inquérito policial será remetido ao Poder Judiciário nos próximos dias.

O caso

  • Na noite da última terça-feira, 14, RS: pastelaria denuncia caso de racismo em pedido por aplicativo – ISTOÉ Independente (istoe.com.br).
  • A cliente, identificada apenas como Andressa Oliveira pelo aplicativo, escreveu na descrição do pedido que não queria que a entrega fosse feita por um funcionário negro. Ela também chegou a enviar uma mensagem para o estabelecimento reforçando a exigência;
  • “Última vez veio um motoboy negro, peço a gentileza que mande um branco. Não gosto de pessoas assim encostando na minha comida”, escreveu a mulher na mensagem enviada pelo aplicativo.