O empresário André Veloso Micheletti dirigia um Mercedes em alta velocidade, colidiu com um Ecosport, em 2018, e mudou a vida de duas famílias. André Gonçalves perdeu a esposa e um de seus três filhos ficou paraplégico. A mulher de Wesley Bispo também morreu e o seu filho, na época com um ano e meio, ficou paraplégico.

Segundo o UOL, mesmo sendo condenado pela Justiça, o empresário segue impune após seis anos da tragédia.

O Ecosport, que continha oito pessoas, retornava da Baixada Santista para São Paulo. Quando as duas famílias trafegavam pela Rodovia Imigrantes, houve o acidente. Em depoimento, André relatou que dirigia o veículo enquanto os outros ocupantes dormiam. De repente, sentiu um impacto e o automóvel rodopiou na pista “mais de 20 vezes” até chegar ao gramado.

Há suspeita de que o empresário disputava um racha contra um policial que dirigia um Camaro preto no momento do acidente. Um laudo pericial atestou que a velocidade do Mercedes estava entre 134 km/h e 298 km/h.

Porém o juiz Gustavo Kaedei escreveu em sua decisão que “não se pode afirmar, com razoável grau de certeza, que o réu disputava competição de corrida não autorizada, na via pública, popularmente conhecida como ‘racha'”.

No processo, o empresário negou que estava participando de um racha, afirmou que ajudou a socorrer as vítimas e ainda culpou André Gonçalves pelo ocorrido. “O Ecosport, sem qualquer sinalização, invadiu a faixa da esquerda, de modo que a dianteira direita de seu veículo chocou-se com a traseira esquerda do Ecosport”, acrescentou.

No entanto a perícia indicou o contrário. “As provas são robustas e historiam de modo inconteste o excesso de velocidade, como a falta de mantença de distância frontal do veículo que vinha em frente, tudo devidamente comprovado por laudo pericial”, afirmou o juiz Fernando Domingues Ladeira.

O empresário chegou a ser preso, mas foi solto 44 dias depois, pois a Justiça considerou que ele não representava perigo às investigações. Tanto Gonçalves e Bispo abriram ações diferentes contra Micheletti e pedem indenização por danos morais, reembolso das despesas médicas, dos funerais das duas mulheres, pensão vitalícia, entre outros.

O empresário foi condenado em primeira e segunda instâncias, mas ainda não pagou as indenizações.

O UOL procurou Micheletti para comentar sobre o caso, mas não obteve respostas.