A adolescente Heloisa Rocha, de 17 anos, foi escalpelada durante uma corrida de kart no dia 10 de dezembro, na região do Paranoá (DF). Ela estava no local com o namorado e a família dele, para comemorar o aniversário do rapaz.

Resumo:

  • Heloisa foi pela primeira vez em um kart para comemorar o aniversário do namorado;
  • A mãe, Elizabeth, afirmou que não houve orientação para prender o cabelo;
  • A jovem foi escalpelada depois que a madeixas prenderam no motor do carro.

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Em entrevista à ISTOÉ, a mãe da adolescente, Elizabeth Heliodoro, relatou que era a primeira vez da filha no local e houve uma reunião antes da corrida, na qual uma equipe da Brasiliakart teria dado apenas algumas roupas para usarem. “Também deram balaclava (touca ninja) e um capacete. Um macacão, que é o traje correto, não foi oferecido”, completou.

A mãe disse que não teria sido passada a instrução para que a adolescente prendesse o cabelo. “Ela não imaginou que fosse prender no motor do carro durante o trajeto”, acrescentou.

A adolescente foi socorrida por uma moça que também participava da corrida. Depois, os demais clientes do kart acionaram o Corpo de Bombeiros e o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), que a levou para o Hospital de Base, mas, por conta da gravidade, precisou ser transferida ao Hospital Regional da Asa Norte.

“A Heloisa disse que, no primeiro momento, não sentiu dor. Deve ter sido por conta da adrenalina. Mas depois sentiu fortes dores. Ela disse para mim e ao pai dela que preferia ter desmaiado do que visto o que aconteceu”, afirmou Elizabeth.

A mãe também revelou que houve exposição óssea da cabeça. Na noite do ocorrido, os donos da Brasiliakart estiveram na unidade de saúde e levaram o tecido de pele que havia ficado preso no motor, mas não foi possível fazer o enxerto.

“Os proprietários do local mandam mensagens todos os dias perguntando sobre o estado de saúde dela. Mas não ofereceram auxílio financeiro ou a transferência para um hospital particular”, disse a mãe.

Na quinta-feira, 14, Heloisa foi submetida ao procedimento cirúrgico chamado trepanação (que consiste em fazer perfurações no crânio). Além disso, teve de retirar gordura da região dos flancos (quadril) para fazer o enxerto e faz de curativo a vácuo.

Elizabeth afirmou que a adolescente perdeu muito sangue, por isso recebe medicação de ferro por meio intravenoso. “Ela encontra-se estável no momento. Os médicos explicaram que o tratamento pode durar de um a dois anos e ser um pouco doloroso”, finalizou.