Imagens de câmeras de segurança registraram o trajeto de Érika de Souza Vieira Nunes, de 43 anos, com Paulo Roberto Braga, 68. A mulher foi presa, na terça-feira, 16, após levar o idoso morto em uma cadeira de rodas até uma agência do banco Itaú, em Bangu, zona oeste do Rio de Janeiro, para tentar obter um empréstimo de R$ 17 mil.

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A agência do banco fica em um shopping de Bangu. Nas imagens, divulgadas no X (antigo Twitter), é possível ver Érika chegar ao estacionamento do local, por meio de um carro de aplicativo, pegar uma cadeira de rodas e depois empurrá-la com o idoso sentado.

Nas gravações, Paulo Roberto não aparece fazendo qualquer movimento com o corpo ou a cabeça.

Dentro da agência bancária, Érika levou o idoso, de quem diz ser sobrinha, até um guichê e explicou à funcionária que ele seria cliente e havia um empréstimo pré-aprovado no nome dele.

Para concluir o processo de sacar o empréstimo, era necessário a assinatura de documentos. Érika passou a conversar com o cadáver e, nesse momento, os atendentes da agência notaram que havia algo de errado.

O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionado e constatou a morte do idoso. Érika acabou sendo presa em flagrante por tentativa de furto mediante fraude e vilipêndio a cadáver e levada à 34ª DP (Delegacia de Polícia) Bangu.

O laudo de necropsia, produzido pelo IML (Instituto Médico Legal), concluiu que Paulo Roberto Braga morreu entre 11h30 e 14h30, de acordo com o “O Globo”. O Samu confirmou a morte às 15h.

O perito que assinou o documento apontou que “não há elementos seguros para afirmar, do ponto de vista técnico e científico, se o Sr. Paulo Roberto Braga faleceu no trajeto ou no interior da agência bancária, ou que foi levado já cadáver à agência bancária”.

Alta de hospital

Segundo o jornal “Folha de S.Paulo”, Érika levou Paulo Roberto duas vezes a um banco após ele ter recebido alta de uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento), em Bangu, na segunda-feira, 15.

De acordo com o prontuário médico, o idoso ficou dependente de oxigênio entre os dias 8 e 15 de abril, além disso, apontou que Paulo estava “taquicárdico, com frequência cardíaca de 97 batimentos por minuto, saturação de oxigênio no sangue periférico de 95%, disártrico e com dificuldade para deglutir. Assim que recebeu alta, Érika levou o idoso a um banco BMG.

Imagens de uma câmera de segurança mostram o idoso entrando na agência de cadeira de rodas e gesticulando com certa dificuldade. Não há informações sobre o motivo de o BMG ter negado a concretização do empréstimo.

No dia seguinte, Érika resolveu levar o idoso a uma agência do banco Itaú para tentar obter o dinheiro.

Agora a Polícia Civil investiga se Paulo morreu antes ou dentro do estabelecimento. Porém o delegado Fábio Luiz ressaltou que isso só serve para trazer mais informações à investigação, pois “mudar o crime em si, não muda”.