A jovem Amanda de Oliveira Rocha morreu após sofrer uma queda do sétimo andar do estacionamento do Aeroporto de Sydney, na Austrália. Luis Araujo, irmão da brasileira, disse que a família está “sem informações da polícia até o momento”.

Em entrevista à ISTOÉ, Luis informou que Amanda resolveu no início de 2023 realizar um intercâmbio. Ao pesquisar, com a ajuda do irmão, a jovem optou pela Austrália. “Ela fez todo o processo e a matrícula no curso. No País, ela foi morar com alguns brasileiros”, acrescentou.

Depois de alguns meses, Amanda conseguiu uma oportunidade de trabalho em uma empresa da área de pintura, que pertence a um brasileira e fica localizada na cidade de Darling Point, no interior de Sydney.

Segundo Luis, em dezembro de 2023, o chefe da jovem liberou os funcionários para poderem curtir as festividades do final do ano. “No dia 12 de janeiro, ela retornou para Sydney, se hospedou em um hotel, entrou em contato com os amigos brasileiros com os quais havia morado e disse para eles irem atrás de uma casa para voltarem a residir juntos”, explicou.

“Na madrugada do dia 14 de janeiro, aconteceu alguma coisa, que nós ainda não sabemos. Ela entrou em contato com a minha mãe e disse que iria retornar para o Brasil. Quando conversei com ela, percebi que estava assustada com alguma coisa e a ajudei para ver as passagens de volta, mas a Amanda não aceitou nenhuma opção que ofereci”, acrescentou Luis.

Então Amanda entrou em contato com seu antigo chefe, que comprou a passagem para ela. “Como o Aeroporto de Sydney é grande, esse chefe orientou Amanda pelo telefone até o portão de embarque. Estava tudo certo, ela iria fazer uma conexão em Santiago, no Chile, e de lá, viria para o Brasil”, afirmou o irmão.

Porém, no dia 14 de janeiro, a família da brasileira recebeu uma ligação do Consulado do Brasil em Sydney informando sobre a morte da jovem. O relatório preliminar trata o caso como suicídio.

“Nós estamos no escuro, pois quando eu ligo no consulado recebo a informação de que a polícia local ainda não passou mais nenhuma notícia sobre o andamento das investigações. Estamos com a sensação de que as autoridades estão sendo negligentes com o caso da minha irmã, que estava legalmente no País”, afirmou Luis.

Ele também entrou em contato com o Ministério das Relações Exteriores, que teria comunicado que todas as informações devem ser solicitadas ao consulado e não há algum tipo de auxílio financeiro para realizar o translado do corpo.

“Por conta disso, uma prima entrou em contato pelo Facebook com a comunidade brasileira em Sydney. Por meio disso, conseguimos falar com os amigos da Amanda, que estão nos ajudando. Além disso, contactei uma empresa particular no Rio de Janeiro para fazer o orçamento do translado do corpo, mas é muito caro e nós não temos todo esse dinheiro”, disse Luis.

A família resolveu abrir uma vaquinha online para arrecadar a quantia necessária. Até o momento, conseguiu R$ 49.593,37 da meta de R$ 100 mil.

À ISTOÉ, o Ministério das Relações Exteriores informou que, por meio do Consulado-Geral do Brasil em Sydney, segue à disposição para prestar assistência aos familiares.

“Em caso de falecimento de cidadão brasileiro no exterior, os consulados brasileiros poderão prestar orientações gerais aos familiares, apoiar seus contatos com o governo local e cuidar da expedição de documentos, como o atestado consular de óbito, tão logo terminem os trâmites obrigatórios realizados pelas autoridades locais. O traslado dos restos mortais de brasileiros falecidos no exterior é decisão da família e não pode ser custeado com recursos públicos, à luz do § 1º do artigo 257 do decreto 9.199/2017”, completou.