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A utilização da tecnologia 3D para produção de objetos já é conhecida e bastante empregada na produção de itens usados no cotidiano. Mas uma novidade surgida em Amsterdã, na Holanda, representa um novo salto de desenvolvimento nas técnicas de impressão de materiais. Trata-se de uma ponte fabricada em aço inoxidável e produzida por meio de tecnologia 3D, que cruza um dos canais mais antigos e famosos do centro da capital holandesa, o Oudezijds Achterburgwal. A MX3D Bridge tem 12 metros de comprimento, suporta até 20 toneladas, tem formato arrojado e a parte principal, o corpo, é uma peça única, sem remendos ou ligações, diferente do usual que é produzido em blocos.

“É a primeira vez que se faz uma obra desse tamanho com tecnologia 3D em metal” Filipe Campos, arquiteto (Crédito:Adrian de Groot)

No caso da passarela, duas tecnologias foram utilizadas para sua construção: em um grande braço robótico foi colocado o bico instrutor, instrumento responsável por derreter e expelir a matéria-prima, o aço, no formato estabelecido. Além disso, para que essa máquina funcione, foi desenvolvido um software especifico para controlar o braço de metal.“É a primeira vez que se faz uma obra desse tamanho com tecnologia 3D em metal”, afirma Filipe Campos, especialista em robótica aplicada em arquitetura. Somente a estrutura dos corrimãos é anexada na peça pricipal. “Em resumo, praticamente qualquer utensílio que tenha um desenho em um arquivo de computador, pode ser produzido na impressora”, diz Raphael Rossato, supervisor técnico do Fab Lab Livre SP.

As inovações relacionadas à criação da ponte não pararam na tecnologia 3D. A obra não é diferente de outras apenas nos aspectos de engenharia e arquitetura. Ela também foi pensada para servir como um laboratório a céu aberto. Previamente testada na Universidade de Twente, também na Holanda, a edificação tem sensores de última geração capazes de identificar dados sobre funcionamento da internet, como as pessoas estão se conectando e se relacionando com outros equipamentos eletrônicos na localidade. Sua estrutura pode coletar dados de estresse de material, assim como deslocamentos e vibrações. A ponte também capta sinais ambientais como qualidade do ar, temperatura e umidade. Além de servir de inspiração para produção de outros equipamentos urbanos inteligentes no futuro, a ponte também cumpre sua função básica: permitir que as pessoas atravessem de um lado para o outro no distrito.