O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, foi recebido nesta quinta-feira (1) no Vaticano por altos funcionários da Santa Sé, um dia depois de criticar a política do papa Francisco a respeito da China.

Durante a reunião, que aconteceu em um clima “cordial e de respeito”, os dois lados abordaram o delicado tema da China, assim como alguns conflitos que afetam o mundo, informou o Vaticano em um comunicado.

Pompeo conversou durante 45 minutos com o número dois do Vaticano, o secretário de Estado, o cardeal Pietro Parolin, e o secretário para Relações com os Estados, monsenhor Paul Gallagher.

“As partes apresentaram suas respectivas posições sobre as relações com a República Popular da China, em um ambiente de respeito, relaxado e cordial. Também falaram sobre algumas zonas de conflito e crises, em particular o Cáucaso, o Oriente Médio e o Mediterrâneo oriental”, afirma a nota do Vaticano.

As relações entre Estados Unidos e o Vaticano são tensas desde a assinatura, em setembro de 2018, de um histórico acordo “provisório” entre a Santa Sé e Pequim sobre a nomeação de bispos.

O pedido de Pompeo na quarta-feira para que o pontífice tenha mais “coragem” para lutar contra as perseguições religiosas na China esfriou ainda mais as relações.

O Vaticano, fiel a seu estilo cauteloso, reiterou ao chefe da diplomacia americana que o acordo tem caráter pastoral, que será ratificado e tem como objetivo unir as duas igrejas católicas do país asiático.

O chefe da diplomacia americana não foi recebido pelo papa Francisco, que evita conceder audiências a personalidades envolvidas em campanhas eleitorais, explicou Parolin na quarta-feira.

Pompeo também visitou a sede romana da Comunidade de Santo Egídio, cujos líderes entregaram uma carta direcionada ao presidente Donald Trump com um pedido para que ele perdoe quatro condenados a morte que estão em uma prisão federal de Indiana.

O presidente de Santo Egídio, Marco Impagliazzo, em nome do movimento católico que luta contra a pena de morte, afirmou que os quatro condenados são dois afro-americanos, um branco e um latino que estão em situação de vulnerabilidade.

Pompeo encerra nesta quinta-feira dois dias de encontros na Itália e Vaticano.