O secretário de Estado americano Mike Pompeo declarou nesta terça-feira (14) que não contempla uma guerra com o Irã, apesar da tensão militar no Golfo, e insistiu que Moscou deve parar de apoiar o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, pedido que foi rejeitado.

O envio de um porta-aviões e de bombardeiros ao Golfo por parte do governo americano reacendeu a tensão com o Irã e se tornou outro tema de discórdia com Moscou.

“Em essência, não buscamos uma guerra com o Irã, disse Pompeo em entrevista coletiva com seu colega russo, Serguei Lavrov, em Sochi, no sul da Rússia, após três horas de reunião.

Mais tarde, ele se reunirá com o presidente Vladimir Putin.

“Espero que o bom senso impere”, disse Lavrov. “A região já vive um excesso de tensão pelos diferentes conflitos (…) Vamos nos assegurar de que a situação não se degenere para um cenário militar”.

Já o líder supremo iraniano, Ali Jamenei, também afirmou que “não haverá nenhuma guerra” com os Estados Unidos, segundo declaração publicada em seu site oficial.

“Este desafio não é militar porque não haverá nenhuma guerra. Nem nós, nem eles procuram a guerra. Sabem que não interessa”, afirmou Jamenei neste texto.

Pompeo e Lavrov também trataram da questão da Venezuela, e o primeiro pediu para Moscou retirar seu plano de apoio a Caracas. Este pedido foi recusado.

“Chegou a hora de Nicolás Maduro partir, ele não trouxe mais do que miséria ao povo venezuelano, e esperamos que o apoio russo a Maduro termine”, disse Pompeo.

Em resposta, Lavrov denunciou as “ameaças” dos EUA contra Maduro.

Nas últimas semanas, a Rússia e os Estados Unidos acusaram um ao outro de interferência na Venezuela, devastada pela crise.

Moscou é um aliado essencial do presidente Nicolás Maduro, enquanto Washington apoia o líder da oposição, Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino venezuelano.

A Rússia criticou o apoio “irresponsável” dos EUA ao fracassado golpe de Estado contra Maduro, e Pompeo afirmou que o presidente venezuelano estava disposto a deixar o país, mas que seu apoio à Rússia o havia desencorajado.