As restrições à circulação de automóveis na Cidade do México, em vigor desde abril devido à alta contaminação ambiental, já custou mais de 300 milhões de dólares aos cidadãos e comerciantes, informou na terça-feira a câmara de comércio e turismo da capital.

As autoridades proibiram a circulação de quase metade dos veículos na Cidade do México na terça-feira, depois de terem declarado na segunda-feira o alerta ambiental, após um novo aumento dos níveis de concentração de ozônio. Em março, o alerta já tinha sido ativado, pela primeira vez em 13 anos.

A restrição à circulação de veículos “obviamente não resolve o problema, gera custos altos para a população e enfraquece a atividade econômica da cidade”, disse a Câmara de Pequeno Comércio, Serviços e Turismo da Cidade do México em um comunicado.

Em abril, as autoridades decidiram ampliar o programa “Hoje não circula”, que até agora representou um custo “de cerca de 5.400 milhões de pesos”, o que equivale a 308 milhões de dólares, para residentes, pequenos comerciantes e prestadores de serviço cujo transporte foi restringido, disse a câmara de comércio.

Com este programa, o governo da capital deixou estacionados de segunda a sábado mais de 20% dos 5,5 milhões de automóveis que há na cidade. Agora, a proibição passou a atingir 40% dos veículos.

A Comissão Ambiental Metropolitana decidiu rebaixar entre abril e junho de 190 para 150 os pontos de concentração de ozônio necessários para declarar o alerta, com o argumento de que as elevadas temperaturas e o vento escasso registrados na época de seca fomentam a contaminação.

No entanto, a câmara de comércio considera que a principal fonte da contaminação é a corrupção que prevalece nos centros de verificação veicular, que permite a circulação de muitos automóveis que não cumprem as normas.

Os comerciantes pediram ao governo da Cidade do México que amplie as opções de transporte público, que são insuficientes para a área metropolitana da capital, que tem mais de 20 milhões de habitantes.

Além de ampliar a restrição da circulação de automóveis, a ativação dessa fase de contingência ambiental nesta terça-feira obrigou as indústrias da zona metropolitana a reduzirem entre 30% e 40% suas emissões na atmosfera.

O governo recomendou, ainda, que nas horas de maior contaminação (entre as 13h e as 19h locais) crianças, idosos e pessoas com problemas respiratórios e cardiovasculares permaneçam no interior de imóveis, e que os cidadãos em geral não pratiquem esportes.

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