A morte do ex-governador de São Paulo Alberto Goldman, neste domingo, 1º, foi lembrada por importantes figuras no mundo político. Ele estava internado em São Paulo após ter passado por uma cirurgia para tratar de uma hemorragia no cérebro, mas não resistiu. Ex-comunista, Goldman aderiu à social-democracia e se tornou um de seus maiores nomes no País.

O governador João Doria (PSDB) decretou luto oficial de três dias no Estado e se disse sentido com a perda, destacando a trajetória do ex-presidente do partido. “Sua atividade política atravessa sete décadas de nossa história. Passa pela militância da juventude, deputado estadual e federal, secretário de Estado, ministro dos Transportes, presidente do PSDB e governador de São Paulo”, declarou em nota.

Para o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, também foi uma perda pessoal, já que eles conviveram juntos desde os anos 1980, enquanto ainda eram integrantes do MDB. “Convivemos na Executiva do MDB, depois como deputados federais, no governo de São Paulo… São mais de 40 anos”, disse Alckmin ao Estado. “Goldman tinha uma enorme coerência entre o falar e o fazer, uma vida pautada pelo espírito público. Tinha sensibilidade social e apreço pela democracia”.

Para o ex-ministro das Relações Exteriores e ex-senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), Goldman faz falta em um momento em que é necessário pensar em alternativas reformistas e democráticas. “Ele realizava, não apenas idealizava. Era um homem incansável, de pensamento e ação. Esse tipo de gente está fazendo falta”, disse, destacando que a relação de ambos tinha mais de 40 anos.

Veja abaixo o que disseram outros políticos:

José Serra, senador por São Paulo:

“Perco um amigo próximo, um companheiro leal e competente de militância, partido e governo. Goldman deu uma grande contribuição à luta pela redemocratização do Brasil. Enfrentou corajosamente o regime autoritário, ajudou a formar a unidade da oposição da época e, na posterior redemocratização, participou ativamente, como deputado, ministro, secretário e governador de Estado, da reconstrução do desenvolvimento de São Paulo e do Brasil. Goldman mostrou-se tão bom no Executivo quanto o tinha sido como parlamentar de oposição à ditadura. Seu espírito público fará falta na política brasileira. Minha solidariedade à esposa, filhos e netos.”

Roberto Freire, presidente nacional do Cidadania (antigo PPS):

“Conheci Alberto Goldman na década de 70, quando éramos militantes, e nos tornamos amigos. É a perda não só de um político da mais alta estatura, mas também de um amigo. Um democrata, que foi importante na luta contra a ditadura, e também no PSDB. Neste momento em que estamos sentindo tanta falta de democratas na esquerda, Alberto Goldman é um democrata a menos.”

Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara dos Deputados:

“Presto minha homenagem ao amigo e colega na Câmara dos Deputados Alberto Goldman. Assumimos a liderança da oposição na mesma época, eu no PFL e ele à frente do PSDB, e construímos, no período, uma grande amizade. Tenho admiração por sua trajetória e pelo o que ele representou na política brasileira. Meus sentimentos aos seus familiares e amigos.”

Fernando Haddad, candidato derrotado à Presidência pelo PT e ex-prefeito de São Paulo:

“Alberto Goldman era um democrata. Em tempos sombrios, sua ausência será sentida ainda mais.”

Gleisi Hoffmann, presidente do PT:

“Com pesar recebemos a morte de Alberto Goldman. Em momentos importantes da vida nacional ele manifestou-se pela resistência democrática. Em nome do PT manifesto sentimentos aos familiares, amigos e aos militantes do PSDB.”

Luiza Erundina, deputada federal (PSOL-SP) e ex-prefeita de São Paulo:

“Lamentando a partida do ex-Governador de SP, Alberto Goldman, manifesto minha solidariedade aos seus familiares e amigos e peço a Deus que os conforte neste difícil momento de perda. Vá em paz, companheiro, e aqui continuaremos a sua/nossa luta em defesa da democracia.”

Orlando Silva, deputado federal e presidente do PCdoB:

“É triste a perda de Alberto Goldman, homem público defensor intransigente da democracia. Fará falta nas trincheiras de combate ao autoritarismo nesses tempos insanos e obscuros. Meus sentimentos aos familiares e amigos.”