ROMA, 24 JUL (ANSA) – O político de extrema direita Massimo Adriatici, que assassinou um imigrante a tiros na cidade de Voghera, no norte da Itália, foi colocado em prisão domiciliar em um local secreto.   

A transferência do membro do partido ultranacionalista Liga acontece após o juiz de investigações preliminares (Gip) de Pavia validar a detenção de Adriatici. A medida foi tomada depois que uma foto da casa do italiano foi divulgada nas redes sociais.   

Para os advogados de defesa, a publicação causa riscos para a segurança do político, que é acusado de excesso culposo [quando não há intenção de cometer o crime] de legítima defesa por matar o marroquino Youns El Boussetaoui, de 39 anos.   

Uma testemunha, cujo depoimento foi ouvido pelos advogados do imigrante, promotores e carabineiros na quarta-feira passada, afirmou ter visto Adriatici mirar e atirar contra o marroquino.   

Porém, segundo apuração, ele não havia relatado essa circunstância aos investigadores anteriormente.   

No despacho oficial visto pela ANSA, o juiz do processo escreve sobre o “perigo do suspeito” entendido como uma aptidão para “desencadear reações de grandes dimensões no caso de se encontrar em situação crítica”.   

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Além disso, é destacado “que o próprio Adriatici declarou que havia retirado a arma do bolso em um momento em que ainda estava lúcido e ciente de suas ações”.   

Adriatici baleou El Boussetaoui durante uma briga na noite da última terça (20). Um vídeo mostra que a confusão ocorreu em frente a um bar de Voghera. A vítima, atingida por um tiro no peito à queima-roupa, chegou a ser levada a um hospital, mas não resistiu e faleceu pouco depois. As circunstâncias exatas do crime, no entanto, ainda estão sendo investigadas.   

O político se afastou do cargo de secretário de Segurança e diz ter disparado “acidentalmente” após ter sido empurrado no chão pelo marroquino, que tinha antecedentes penais por ameaça, desobediência, evasão, tráfico e por dirigir embriagado e sem documentos. (ANSA)


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