George Simion, líder do partido de ultradireita Aliança para a União dos Romenos (AUR), liderou neste domingo (04/05) o primeiro turno das eleições presidenciais na Romênia. De acordo com duas diferentes pesquisas, ele obteve entre 30,0 e 33,1% dos votos.
“Hoje, o povo romeno votou. Hoje, o povo romeno falou”, disse Simion, numa mensagem divulgada por vídeo à imprensa, na sede do seu partido, na capital Bucareste.
O segundo turno está previsto para o próximo dia 18. Na noite de domingo ainda não estava claro quem será o rival de Simion na segunda etapa. Pesquisas apontaram que o candidato governista Crin Antonescu e o independente e prefeito de Bucareste, Nicusor Dan, estavam praticamente empatados em segundo lugar, com entre 21 e 23% dos votos.
Em quarto lugar, com uma estimativa de 15%, aparecia o ex-primeiro-ministro social-democrata e agora populista independente Victor Ponta.
A margem de erro das pesquisas é de 2%, portanto o resultado final para o segundo candidato mais votado permanecia incerto no fechamento dos colégios eleitorais às 21h (horário local, 16h de Brasília).
Pleito após anulação
As eleições deste domingo ocorreram cinco meses após a anulação do pleito presidencial original na Romênia devido a suspeitas de interferência russa.
Quase 18 milhões de cidadãos estavam aptos a votar para eleger um novo presidente do país – que integra a UE e a Otan. O cargo é majoritariamente cerimonial, mas conta com poderes que incluem definir a política externa e de segurança.
Calin Georgescu, que surpreendeu ao vencer o primeiro turno original que foi posteriormente anulado, foi barrado da nova corrida presidencial.
Georgescu, no entanto, ainda tenta influenciar o pleito, e declarou apoio a Simion. “É hora de retomar nosso país”, declarou Georgescu após votar em Mogosoaia, perto de Bucareste, ao lado de Simion.
Simion também disse que quer transformar o “roubo” eleitoral de novembro em uma vitória. O candidato de 38 anos também diz que promete colocar “a Romênia em primeiro lugar”, emulando o estilo do americano Donald Trump. “Estamos aqui com uma missão: restaurar a democracia (…) e trazer justiça à Romênia”, disse Simion.
Por outro lado, Simion afirma ser “mais moderado” que Georgescu, um admirador declarado de antigos fascistas romenos. Ainda assim, ele diz compartilhar com Georgescu sua animosidade em relação ao que ele chama de “burocratas não eleitos de Bruxelas”, acusando-os de interferir nas eleições romenas.
Assim como Georgescu, ele também se opõe ao envio de ajuda militar à Ucrânia, país com o qual faz fronteira, e disse quer reduzir a ajuda aos refugiados ucranianos.
Um fervoroso apoiador de Donald Trump, ele frequentemente aparece usando um boné com o famoso slogan do presidente dos EUA, “Make America Great Again” (tornar os EUA grande novamente), e espera se tornar o “presidente MAGA” da Romênia.
Analistas políticos dizem que a eleição de Simion poderia isolar o país, corroer o investimento privado e desestabilizar o flanco leste da Otan, onde a Ucrânia luta contra uma invasão russa que já dura três anos.