TURIM, 05 ABR (ANSA) – Envelopes suspeitos foram recebidos nesta sexta-feira (5) por um expoente do partido ultranacionalista Liga em Turim, no norte da Itália, e na sede da empresa de café Lavazza, também na capital do Piemonte.   

Os pacotes são semelhantes àquele enviado à prefeita Chiara Appendino, do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), no início da semana. O remetente do envelope destinado a Alessandro Sciretti, vereador pela Liga, é o mesmo daquele mandado para Appendino: “Escola A. Diaz”.   

O colégio, situado em Gênova, capital da Ligúria, foi palco de torturas da polícia contra manifestantes de esquerda que protestavam contra uma cúpula do G8 na cidade, em julho de 2001.   

A escola foi invadida pelas forças de segurança após a morte de um ativista, Carlo Giuliani, durante confrontos nas ruas.   

Recentemente, Sciretti evocou o episódio para pedir punições contra anarquistas que haviam causado confusão durante um ato em Turim, em 9 de fevereiro. “Digam-me se isso é aceitável. Nenhuma piedade, nenhuma, para essas pessoas. As Forças de Ordem são muito limitadas em seus poderes. Precisamos de um pouco de Escola Diaz”, escreveu o político no Facebook.   

O protesto foi motivado pelo desalojamento de um centro social ocupado por militantes de esquerda, por ordem da Prefeitura de Turim. “A comunidade de nossa cidade continua a rejeitar qualquer forma de violência, que nunca terá nada a ver com a política”, declarou Appendino, que ainda expressou solidariedade a Sciretti.   

Já a Lavazza realizou recentemente, em sua nova sede em Turim, encontros do projeto “Biennale Democrazia”, promovido pela Prefeitura para promover a cultura democrática. O quartel-general da empresa de café fica no mesmo bairro do centro social que era ocupado pelos anarquistas. (ANSA)