Por Aleksander Solum

HONG KONG (Reuters) – Quem chega a Hong Kong encontra plástico por toda parte em hotéis de quarentena: controles remotos são embrulhados em celofane, travesseiros são embalados em sacos plásticos, comida vem com talheres de plástico.

As rígidas políticas de quarentena de Hong Kong –destinadas a barrar a Covid-19 na fronteira e na comunidade– foram criticadas por prejudicar a economia e a saúde mental. Ambientalistas dizem que as políticas também estão lesando o meio ambiente ao gerar excesso de resíduos.

“Cada um dos membros da equipe aqui usa EPI completo… os aventais, as luvas, as botas, os chapéus, e isso é cada membro da equipe e em todos os andares”, disse Clementine Vaughan, empresária de cuidados com a pele, que voou para a cidade em 4 de abril.

“Os telefones, você sabe, os controles remotos, tudo foi embrulhado”, afirmou ela, falando à Reuters de seu hotel de quarentena.

Hong Kong descarta mais de 2.300 toneladas de resíduos plásticos por dia e, com uma taxa de reciclagem de apenas 11%, segundo dados do governo, a maior parte vai para aterros sanitários.

Um porta-voz do governo disse que as autoridades estavam cientes de um aumento no lixo descartável desde o início da Covid, pedindo às pessoas que adotem um estilo de vida mais verde possível.

Edwin Lau, do grupo ambientalista local The Green Earth, afirmou que a abordagem de Hong Kong à Covid reflete sua falta de consciência ambiental.

“Pessoas que vivem em hotéis de quarentena, não são casos confirmados”, disse Lau, pedindo ao governo que permita a reciclagem ou reutilização de plásticos das instalações de quarentena.

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