Bom, comecemos pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que no início desta manhã (31/03) ‘vazou’ para a imprensa disposição de abandonar a disputa pelo Palácio do Planalto, e de continuar no governo do Estado até o fim do mandato, detonando uma crise interna gigantesca no partido (ao menos nas aparências).

Pessoalmente, vindo de quem vem, acredito que tudo – e até mais um pouco! – é possível. Inclusive, escrevi a respeito disso mais cedo. E que se note: o que segue abaixo, ainda que Doria e Moro, especificamente, já tenham se posicionado oficialmente, é bom lembrar que, em política, não há verdade que para sempre dure nem certeza que nunca acabe.

O governador de São Paulo tem três caminhos: 1) abandona de fato a disputa, não concorre à reeleição em SP e vai cuidar da sua vida pessoal (chance muito baixa); 2) abandona de fato a disputa, concorre à reeleição em SP e implode – ou explode – aquilo que sobrou do partido tucano (chance média/baixa); 3) renuncia imediatamente ao governo do Estado e mantém sua candidatura à Presidência, em busca de alguma vantagem futura (chance alta).

Agora é a vez de Sergio Moro: 1) filia-se ao União Brasil, abandona a disputa pelo Planalto e concorre a ou uma vaga no Senado ou à Câmara Federal (chance alta); 2) filia-se ao União Brasil, torna-se vice de uma chapa com o próprio Luciano Bivar, presidente do partido, ou, numa coligação com Eduardo Leite (PSDB), ou ainda Simone Tebet (MDB) – chance média; 3) filia-se ao União Brasil e consegue emplacar sua candidatura à Presidência da República, com Bivar, Leite ou Tebet como vice (chance baixíssima).

Eduardo Leite (PSDB) e meu pré-candidato preferido: 1) vai para o ‘pau’ com João Doria, na convenção nacional do partido, no próximo dia 31 de maio, e tenta descolar sua candidatura ao Planalto à fórceps (chance bem alta); 2) pula fora do barco tucano e concorre por outra legenda, como o PSD, de Kassab, ainda que já tenha dito ‘não’ (chance média/baixa); 3) aceita compor chapa com Tebet ou Moro, em algum partido que não se conhece ainda (chance baixa); 4) engole os sapos, fica como está e espera 2026 (chance média).

Simone Tebet, do MDB, de quem gosto muito também: 1) atrai ou Moro ou Leite para ser seu vice, e convence de vez o MDB a disputar a Presidência como cabeça-de-chapa (chance média/alta); 2) aceita compor chapa como vice, de qualquer candidato do chamado ‘centro democrático’ (chance média); 3) faz, como talvez fará Eduardo Leite, engole os sapos, fica como está e aguarda 2026 chegar (chance média/baixa).

Enquanto isso, Lula da Silva, o meliante de São Bernardo, e Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto, assistem a tudo de camarote, ainda que um pouco menos relaxados do que ontem e menos angustiados do que amanhã. Pois, a depender dos próximos passos, um dos dois – sim, eu sei que é muito difícil – poderá não chegar ao segundo turno, e, quem chegar em seu lugar, terá grande chance de salvar o País do desastre certo que seria a eleição ou do corrupto quadrilheiro ou do homicida rachador.