As tensões políticas envolvendo a suposta ligação entre a campanha do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a Rússia, além de uma possível mudança na reforma tributária americana fizeram com que o dólar operasse em baixa em relação a outras moedas fortes nesta segunda-feira, 30.
No fim da tarde em Nova York, o dólar caía para 113,15 ienes e o euro avançava para US$ 1,1655, enquanto a libra subia para US$ 1,3209.
Vários desenvolvimentos são aguardados pelos investidores nesta semana, incluindo a reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e a definição de quem será o novo presidente da instituição, o que deve ocorrer na próxima quinta-feira. Entre os principais candidatos, estão o diretor do Fed Jerome Powell e o economista John Taylor, com o primeiro no campo “dovish” e o segundo, mais “hawkish”. Muitos também estão atentos aos dados de emprego dos EUA, que saem na sexta-feira. Um número forte seria evidência adicional de que o ritmo de expansão da economia americana finalmente se recuperou.
Nesta segunda-feira, no entanto, a política dominou o noticiário. Durante a manhã desta segunda-feira, o conselheiro especial Robert Mueller, que investiga a suposta interferência da Rússia na eleição presidencial americana, indiciou dois ex-assessores de Trump: o ex-diretor da campanha, Paul Manafort, e o assessor econômico Rick Gates. Outro ex-assessor de Trump, George Papadopoulos fez um acordo de delação premiada com a investigação de Mueller, onde disse ter proposto um encontro entre Trump e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, durante a campanha.
A moeda americana foi pressionada pelo evento e cedeu frente a outras divisas principais, como euro, iene e libra, que aceleraram os ganhos durante a tarde, após relatos de que deputados republicanos desejam alterar a reforma tributária de Trump em relação ao corte do imposto corporativo. No projeto desejado pela Casa Branca, o imposto corporativo cairia automaticamente dos 35% para 20% assim que a proposta fosse aprovada. No entanto, cogita-se no mercado que a redução do imposto para as empresas poderá se dar de forma gradual, caindo três pontos porcentuais a cada ano e chegando no nível de 20% somente em 2022. A proposta de reforma tributária deverá ser apresentada na próxima quarta-feira na Câmara.
