Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) – A política de preços da Petrobras precisa estar alinhada ao novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, disse nesta terça-feira o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, depois de mais uma troca na presidência da estatal anunciada na noite de segunda.

“Eu vejo mais pelo prisma de que nós tivemos uma troca de comando no ministério (Minas e Energia) e acho que a política que diz respeito a esse setor no país, apesar da Petrobras ter a sua independência, tem que estar perfeitamente alinhada ao novo ministro” disse Nogueira em entrevista ao SBT News.

“Já era esperado, José Mauro (presidente da estatal que deixará o cargo) tinha um alinhamento maior com ministro Bento (Albuquerque, antecessor de Sachsida).”

O governo anunciou na noite de segunda-feira a terceira troca no comando da Petrobras em três anos e meio de governo do presidente Jair Bolsonaro, com a saída de José Mauro Coelho depois de pouco mais de 40 dias no cargo, e a indicação de Caio Paes de Andrade, secretário de Desburocratização do Ministério da Economia.

Apesar das constantes mudanças, Nogueira afirmou que isso não é uma tentativa de intervenção na estatal, mas admitiu que aumento do combustível é o maior problema para o governo hoje e cobrou a aprovação do projeto de lei pelo Congresso que trata da alíquota de ICMS cobrado pelos Estados sobre os combustíveis.

Nogueira alega que o governo federal fez todo o possível para baixar os impostos e não tem mais para onde ir, e que os Estados agora estão com “os cofres cheios” e devem “dar sua colaboração”.

O ministro afirmou que o governo tenta encontrar medidas para aliviar as constantes altas dos combustíveis, mas disse que o fundo de compensação para compensar esses reajustes não avançou por enquanto, já que o ministro da Economia, Paulo Guedes, alega que o fundo traz mais problemas que ajuda.

Apesar de reconhecer que Bolsonaro escolheu um novo ministro, Adolfo Sachsida, que tem como meta a privatização da Petrobras, o chefe da Casa Civil descartou na entrevista a possibilidade de a empresa ser privatizada neste ano.

“É uma discussão que não vai acontecer a curto prazo”, disse. “Privatizar uma empresa como Petrobras leva mais de um ano, isso não vai acontecer”, acrescentou lembrando que a medida exige aprovações no Congresso Nacional.

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