Presente na cobertura dos protestos na Avenida Paulista no último domingo (14), o repórter Luís Adorno, do UOL, foi empurrado por um policial militar durante a cobertura dos atos e, com isso, teve a tela do celular quebrado. Além disso, o profissional foi intimidado por militares quando foi registrar queixa no 78º DP, na Zona Oeste da capital paulista.

O incidente ocorreu enquanto o repórter filmava uma abordagem policial. Durante o ato, um grupo com aparatos nazistas passou em frente ao Masp e um deles disse: ‘Protesto de merda”. Foi então que outros grupos que pertenciam a manifestação antifascista começaram a alertar os jovens de que eles não eram bem-vindos.

Ao se direcionar ao policial para avisar que os jovens estavam usando artigos neonazistas, um dos PMs respondeu: “Infelizmente, a gente vive num país em que a democracia é livre”. Um dos jovens com camiseta com suásticas complementou: “Liberdade de expressão”, conforme versão do UOL.

Na sequência, o PM disse: “Alguém aqui… Pode fornecer o documento do senhor [antifascista]? A gente vai conduzir, então, para a delegacia.” O rapaz respondeu: “Vamos, demorou. O playboy vai para a delegacia comigo? Ele vai para a delegacia mesmo? Ou só eu vou?”. O PM pediu o documento ao homem com aparatos nazistas, que respondeu: “Ixe, eu tô sem”. O policial pediu, então: “Tá sem? Encosta aqui, por gentileza.”.

Nesse momento, Luís gravava a abordagem quando foi empurrado pelo policial, pelas costas. De acordo com apuração do site, o PM que cometeu o ato é Ricardo Avilda de Souza, de 37 anos.

O repórter continuou registrando as imagens e ao ver o policial passar disse a ele: “Pô, cara, não precisava disso, né? Não precisava”. Com a mão direita na cintura, o PM foi em direção ao repórter e disse: “O que é que você tá falando aí? Vamos conversar, vamos trocar uma ideia, então”.

Segundo o jornalista, ele perguntou o nome do policial que disse não ter entendido a pergunta. Luís repetiu a frase “não tinha necessidade” e se afastou para relatar o caso para a redação. Enquanto isso, ouviu de um dos policiais: “Vai, cuzão”. O repórter voltou ao local para continuar seu trabalho e fotografou o PM.

Após o ocorrido, o jornalista foi à delegacia para registrar a ocorrência e no local encontrou com o policial que o empurrou. O militar disse ao repórter: “Por que não veio conversar comigo? Vamos trocar ideia, você ficou com medo?” Um policial civil que tinha acabado de sair da sala do delegado o orientou: “Nem discute que vai ser pior, o delegado vai ouvir ele e não vai dar nada”.

No BO, o policial militar afirmou que esbarrou acidentalmente no repórter e que estava preocupado com a repercussão do fato.

O UOL está adotando as medidas cabíveis.