Um policial venezuelano foi condenado a mais de 25 anos de prisão pela morte de um jovem durante uma manifestação contra o presidente Nicolás Maduro em 2017, informou a justiça nesta quinta-feira (13).

Um tribunal criminal “condenou o cidadão Onan Josué Pereira Irigoyen, ex-policial, a cumprir pena de 25 anos e oito meses de prisão” pela “morte do jovem César Pereira, enquanto ele participava de um protesto no ano de 2017 no setor Peñón del Faro de Lechería”, 300 km a leste de Caracas, informou a suprema corte em um comunicado.

As manifestações contra Maduro em 2017 deixaram mais de cem mortos e o Tribunal Penal Internacional, um ano depois, abriu uma investigação por possíveis crimes contra a humanidade na repressão desses protestos.

O policial foi condenado “por cometer crimes de homicídio qualificado por motivos fúteis e torpes, uso indevido de armas químicas e adulteração de munições”.

A sentença foi proferida logo após o governo enviar um relatório a Haia para refutar o caso contra ele, que descreve como uma “grande farsa”.

“Estamos remontando caso a caso, com base na realidade, em fatos”, disse a vice-presidente Delcy Rodríguez na semana passada.

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No início de maio, o procurador-geral venezuelano, Tarek Saab, anunciou a acusação de 12 membros da Guarda Nacional pela morte de um rapaz de 20 anos pelo impacto de uma bomba de gás lacrimogêneo em um dos protestos de 2017 em Caracas.

O chavismo disse então que a morte do universitário foi causada por seus companheiros manifestantes.

A ex-promotora Luisa Ortega pediu ao TPI a abertura de uma investigação sobre supostos assassinatos e tortura em 2018, acusando o presidente “Maduro e seu governo” de “crimes” e “um ataque sistemático e generalizado contra a população civil”.

A jurista Fatou Bensouda disse no final de 2020 que “há uma base razoável para acreditar que foram cometidos na Venezuela crimes da jurisdição” do TPI.


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