Policial argentino é condenado por levar presos para trabalhar em seu casamento

Quatro presos em uma pequena localidade da Argentina viveram uma jornada inusitada em liberdade ao serem obrigados a cozinhar, servir e limpar o salão de festas do casamento do policial responsável pela delegacia local, que nesta segunda-feira (28) foi condenado por abuso de autoridade.

Em maio do ano passado, o inspetor Cristian Martín Galván celebrou seu casamento a uma quadra da delegacia de Lonquimay, cerca de 600 km a oeste de Buenos Aires, e determinou que quatro presos trabalhassem na festa.

Para cumprir a ordem, os presos caminharam livremente os 100 metros que separavam os dois prédios, segundo o jornal El Diario de La Pampa.

Lá, cozinharam, serviram os convidados e, após limpar o local, voltaram caminhando sozinhos para seu local de detenção.

“Um deles fez o churrasco, admitiu que ficou encarregado de assar o cordeiro”, contou ao portal Infobae o promotor do caso, Guillermo Sancho.

“Iam e vinham caminhando, alguns fizeram isso várias vezes durante o dia”, acrescentou.

Pelo ocorrido, Galván foi condenado a um ano e três meses de prisão em regime suspenso (liberdade condicional) por abuso de autoridade.

“Teve sorte de que nenhum fugisse”, disse Sancho, e considerou que “quanto aos presos, não cometeram crime algum: cumpriram uma ordem, saíram caminhando e voltaram da mesma forma”.

A defesa alegou que o policial estava de licença por casamento no dia do fato, e portanto não exercia autoridade, mas o argumento foi rejeitado pelo juiz.

Durante os depoimentos, um dos detentos afirmou que, como estudante de veterinária, o policial também pedia que ele cuidasse de seu cachorro e de seu cavalo.

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