A Procuradoria da Venezuela acusou de homicídio cinco policiais responsáveis da segurança dos porões onde no dia 28 de março morreram 68 pessoas em um incêndio, informou o organismo nesta quarta-feira (4).

Os imputados são subdiretor da Polícia do estado Carabobo (norte), José Luis Rodríguez, um supervisor e três oficiais, que também enfrentam acusações de “omissão de socorro” e corrupção, segundo um comunicado.

Todos se encontram detidos desde o sábado passado por ordem de um tribunal da cidade de Valencia, onde foram acusados em uma audiência celebrada na terça-feira.

Os policiais pertencem ao comando policial de Carabobo, onde aconteceu a tragédia em meio de um motim que, segundo a Procuradoria, se havia desatado por uma requisição aos presos na manhã de 28 de março.

O Ministério Público disse que investiga como se iniciou a conflagração, em que morreram 66 presos e duas mulheres que haviam passado a noite nas celas.

Segundo a ONG Uma Janela para a Liberdade, o fogo começou pelos próprios presos para forçarem a abertura das celas e escaparem. No entanto, os policiais se negaram e foi necessários que os bombeiros abrissem um buraco.

“Presume-se que os policiais cobravam dinheiro aos privados de liberdade para permitir a pernoite de mulheres no recinto (…), entre outras irregularidades”, indicou a Procuradoria.

O governo do presidente Nicolás Maduro anunciou que reparará os familiares das vítimas.

A ONG culpou o governo, indicando que, para ela, a causa da tragédia foi a superlotação registrada nos centros de detenção provisória, onde os presos não devem passar mais de 48 horas, mas permanecem meses.

A ONG estima em 400% a superpopulação nesses recintos.