Sete policiais Hong Kong foram condenados nesta sexta-feira a dois anos de prisão por agressão a um manifestante pró-democracia durante os protestos de 2014, um ataque que foi registrado em vídeo e que provocou revolta em todo o mundo.

Os sete acusados foram declarados culpados no início da semana por ferir Ken Tsang, um militante do Partido Cívico. O tribunal, no entanto, absolveu os policiais da acusação mais grave, de agressões e ferimentos voluntários.

As imagens da agressão, que aconteceu perto da sede do governo da ex-colônia britânica, foram registradas pela televisão local e mostram os policiais à paisana arrastando um manifestante algemado para uma área remota de um parque, onde a vítima foi agredida.

O vídeo provocou uma forte comoção e abalou a confiança dos moradores de Hong Kong na força policial, que até então gozava de uma reputação extremamente positiva.

Foi um “ataque brutal”, declarou o juiz David Dufton ao ler a sentença. Ele completou a decisão que condena policiais que violaram a lei deve ser “tomada como um exemplo”.

Os agentes poderiam ser condenados a penas de no máximo três anos de prisão.

“Os múltiplos ferimentos e os danos infligidos à reputação de Hong Kong (…) fazem deste caso muito grave”, disse o magistrado.

Dezenas de milhares de manifestantes participaram na grande mobilização de 2014 para exigir um verdadeiro sufrágio universal para designar o chefe do Executivo em março de 2017.

A polícia foi criticada por ter atuado com violência durante os 79 dias de mobilização, que paralisaram bairros inteiros de Hong Kong.

Ken Tsang sofreu ferimentos no rosto, pescoço e outras partes do corpo. Ativista social, ele mesmo foi condenado a cinco semanas de prisão por agredir policiais – ele jogou água nos oficiais na mesma noite.