ROMA, 24 MAI (ANSA) – O Sindicato de Polícia Penitenciária da Itália alertou nesta sexta-feira (24) para possíveis riscos em caso de um retorno em massa de italianos presos em outros países.   

Aldo Di Giacomo, secretário-geral do sindicato, citou casos midiáticos recentes. Enrico “Chico” Forti, ex-surfista e produtor de filmes que ficou 24 anos preso nos EUA, voltou para a Itália na última semana como fruto de um esforço do governo italiano.   

Forti foi condenado à prisão perpétua por assassinato na Flórida em 2000, mas os defensores alegam que houve claras violações no processo, como ele ser ouvido sem a presença de um advogado e sem a notificação da Embaixada da Itália.   

Giacomo citou também a comoção pelo caso da professora Ilaria Salis, detida na Hungria por supostamente ter agredido um militante de extrema-direita em um protesto. Agora em prisão domiciliar, ela chocou a Itália e a Europa ao aparecer para depor no tribunal acorrentada por mãos, pés e cintura. Uma onda de protestos pede que ela seja levada de volta a seu país.   

O sindicalista citou ainda três italianos presos em um cárcere romeno. “Estão alimentando uma campanha pelo retorno dos detentos. Mas atenção à superficialidade e emotividade: as 2058 pessoas com cidadania italiana que segundo o anuário estatístico do Ministério das Relações Exteriores se encontram em institutos penitenciários estrangeiros, se voltassem todos causariam um colapso nos nossos cárceres, já superlotados a cerca de 130%, afirmou.   

Segundo ele, há 31 italianos aguardando extradição, 1.166 condenados e 861 aguardando julgamento. Em relação aos países, 1.471 estão em prisões na União Europeia, 231 em países europeus fora do bloco, 217 nas Américas, 24 na área do Mediterrâneo e Oriente Médio, 21 nos países da África subsaariana e 114 entre Ásia e Oceania.   

A Alemanha é o país com mais presos italianos (713), seguida de França (230), Espanha (229) e Croácia (157).   

Fora do bloco, os países com mais presos italianos são o Reino Unido (126), Suíça (73), Brasil e Estados Unidos (33 e 31), e Austrália (27). (ANSA).