Todos os reféns que estavam retidos em uma cidade do centro dos Países Baixos, país também conhecido como Holanda, foram libertados e o suspeito do sequestro foi detido, informou a polícia.

“O último refém acaba de ser liberado. Uma pessoa foi detida. No momento, não podemos divulgar mais informações”, anunciou a polícia na rede social X.

Na manhã deste sábado, 30, quatro pessoas foram tomadas como reféns em uma boate na cidade de Ede. O local, chamado Cafe Petticoat, costuma ficar aberto até tarde aos finais de semana, com música.

O incidente provocou uma grande mobilização, incluindo policiais de operações especiais e especialistas em explosivos. A polícia esvaziou o centro da cidade e evacuou os moradores de cerca de 150 prédios próximos ao local.

“Vemos que há muitas perguntas sobre a motivação. No momento, não há indícios de motivação terrorista”, afirmou a polícia.

De acordo com a promotora Marthyne Kunst, o  indivíduo estava armado com “várias facas”, que mostrou aos reféns. A polícia está examinando uma mochila que estava com o homem que, segundo algumas fontes, teria ameaçado usar explosivos.

A porta-voz da polícia, Anne Jan Oosterheert, explicou que os agentes chegaram ao local em poucos minutos e começaram a falar imediatamente com o suspeito.

“Felizmente, tudo correu bem”, afirmou, sem revelar detalhes sobre as negociações.

O suspeito tem antecedentes criminais por comportamento ameaçador. A motivação do crime e o estado psicológico do suspeito estão sendo investigados, segundo Kunst.

Atentados na Holanda

Nos últimos anos, alguns atentados foram registrados nos Países Baixos, mas não com a mesma intensidade de outros países europeus, como França ou Reino Unido. A polícia também impediu vários ataques.

Em 2019, um tiroteio em um bonde na cidade de Utrecht, que deixou quatro mortos, provocou uma grande comoção no país. O autor do ataque, Gokmen Tanis, admitiu que agiu por motivos terroristas. O tiroteio paralisou a quarta maior cidade do país.

Também em 2019, a polícia neerlandesa indiciou duas pessoas, suspeitas extremismo, acusadas de planejar um atentado com homens-bomba e carros-bomba. As autoridades afirmaram que os acusados pretendiam executar o ataque no mesmo ano.

Um ano antes, um jovem afegão, identificado como “Jawed S.”, esfaqueou dois turistas americanos na estação central Amsterdã. Em uma audiência no tribunal, ele afirmou que pretendia “proteger o profeta Maomé”.

A agressão aconteceu um dia após o político neerlandês Geert Wilders, de extrema-direita, ter anunciado a desistência de organizar um concurso de caricaturas do profeta Maomé.

Naquela época, o porta-voz dos talibãs do Afeganistão, Zabihullah Mujahid, pediu aos muçulmanos que atacassem os militares neerlandeses devido à “ação hostil do país contra todos os muçulmanos”.

Em 2004, o diretor de cinema Theo van Gogh, abertamente hostil ao islã, foi esfaqueado e assassinado a tiros em Amsterdã por um homem vinculado a uma rede neerlandesa islamista.

* Com informações da AFP e DW