As polícias de Itália, Bélgica e Alemanha detiveram, nesta segunda-feira (5), em uma operação conjunta, 31 suspeitos de traficar cocaína para a ‘Ndrangheta, uma máfia italiana que atua, sobretudo, no negócio dessa droga, informou a Europol.

Mais de 840 agentes participaram das operações conjuntas, nas quais foram efetuadas 53 buscas, resultando na apreensão de dinheiro em espécie e outros bens avaliados em 3,8 milhões de euros (R$ 21,6 milhões).

A operação é resultado de uma investigação prévia realizada entre 2013 e 2018 pelas autoridades italianas sobre atividades do grupo criminoso.

“Os suspeitos seguiam utilizando supostamente a rede existente e bem estabelecida para transportar principalmente cocaína da América do Sul para Alemanha e Itália por vários portos europeus”, declarou a Europol, que coordenou a operação com sua agência judicial, a Eurojust.

“Com essa finalidade, a quadrilha criou empresas na Alemanha para facilitar o contrabando de drogas. Para acobertar o transporte da droga, o grupo utilizava empresas internacionais dedicadas ao comércio de automóveis e alimentos”, detalhou a Europol.

Segundo a agência policial, 18 suspeitos foram presos na Itália, oito na Bélgica e cinco na Alemanha.

A ‘Ndrangheta, considerada a máfia mais rica e poderosa da Itália, controla a entrada de cocaína na Europa.

Presente em mais de 40 países, se expandiu e agora utiliza empresas e testas-de-ferro para investir os lucros obtidos com a atividade ilegal na economia formal.

No início de maio, a Europol anunciou a prisão de 132 pessoas em outra vasta operação contra essa temida máfia.

O consumo de cocaína produzida na América Latina dispara na Europa, destino privilegiado atualmente pelos narcotraficantes em detrimento dos Estados Unidos.

Em um indício desse aumento, grande quantidade de pacotes de cocaína hermeticamente fechados apareceu nas praias do noroeste da França entre o final de fevereiro e início de março.

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