O movimento “Invasão Zero”, criado para contrapor o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), passou a ser investigado pela Polícia Civil da Bahia depois da morte da líder indígena Maria de Fátima Muniz, no último domingo, no município de Potiraguá, no sul da Bahia.

Os investigadores já descobriram quem disparou a arma e conseguiram mapear a principal articuladora do grupo. Trata-se de Dida Souza. Ela se apresenta como empresária, mas está lotada como funcionária do Tribunal de Contas do Estado (TCE) da Bahia. Atuaria na vice-presidência com salário de aproximadamente R$ 25 mil por mês. Mas segundo fontes do TCE, raramente é vista no local.

A Polícia Civil já estaria tentando marcar o depoimento de Dida Souza. Os investigadores descobriram que ela tenta articular a defesa dos envolvidos no homicídio com advogados e, inclusive, os pagamentos dos honorários.

O grupo, que conta ainda com o empresário baiano Luiz Uaquim como um dos líderes, foi criado no ano passado durante a CPI do MST, quando se articulou com deputados ligados a base do ex-presidente Jair Bolsonaro. A Coluna ainda não conseguiu contato com Dida Souza.

A assessoria do Invasao Zero enviou a seguinte resposta nesta segunda (29):

“Sobre a nota , gostaríamos de esclarecer alguns pontos em nome do Movimento Invasão Zero:
1) Trecho da nota: O movimento “Invasão Zero”, criado para contrapor o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) – Resposta:O Movimento Invasão Zero age de forma pacífica, ordeira e legalista; Não pregamos nem admitimos violência e defendemos os direitos resguardados na Constituição Brasileira no trecho que prega autotutela da posse e desforço imediato.

2) Trecho da nota: passou a ser investigado pela Polícia Civil da Bahia depois da morte da líder indígena Maria de Fátima Muniz, no último domingo, no município de Potiraguá, no sul da Bahia – resposta A investigação que está em curso é sobre a morte da indígena Maria de Fátima Muniz e sobre a invasão da terra pelo movimento indigena. Os investigadores já descobriram quem disparou a arma e conseguiram mapear a principal articuladora do grupo – Resposta: as pessoas identificadas não têm relação direta com o movimento – qualquer ação que NÃO seja ordeira e pacífica, será de inteira responsabilidade de quem a praticou, sendo, assim,isento de responsabilidade o Movimento Invasão Zero.

3) Trata-se de Dida Souza. Ela se apresenta como empresária, mas está lotada como funcionária do Tribunal de Contas do Estado (TCE) da Bahia. Atuaria na vice-presidência com salário de aproximadamente R$ 25 mil por mês. Mas segundo fontes do TCE, raramente é vista no local resposta Dida Souza é fundadora do Movimento Invasão Zero e funcionária do TCE (BA) atualmente. Não responde a nenhum processo administrativo e o ponto eletrônico pode ser acompanhado no portal de transparência do governo estadual. Importante destacar que não existe nenhuma relação de causa e efeito entre a vida pessoal de Dida Souza com as ações do Movimento Invasão Zero e nos parece sem propósito trazer no texto informações sobre a vida como servidora pública, expor o salário e fomentar afirmações sem base ou dados jornalísticos reais.

4) O grupo, que conta ainda com o empresário baiano Luiz Uaquim como um dos líderes, foi criado no ano passado durante a CPI do MST, quando se articulou com deputados ligados à base do ex-presidente Jair Bolsonaro Resposta O Movimento Invasão Zero foi criado no dia 10/ 05/ 2023 e a CPI do MST 17 de maio de 2023. O Movimento Invasão Zero foi criado para defender o direito dos produtores rurais e dar apoio e orientação a esses cidadãos sobre como agir em caso de suspeita ou confirmação de invasão de uma propriedade – As ações do movimento são sempre de forma pacífica, ordeira e legalistas e não é admitido o uso da violência.