A polícia indiana anunciou neste sábado que está investigando o papel de dois missionários americanos que teriam encorajado John Chau a ir a uma ilha isolada, onde ele foi morto por uma tribo que ele queria cristianizar.
“Estamos investigando o papel de pelo menos dois americanos, um homem e uma mulher, que conheceram o homem que foi para a ilha”, declarou à AFP Dependra Patrak, chefe da polícia do arquipélago de Adaman e Nicobar, na Baía de Bengala.
“Essas duas pessoas, que deixaram o país, conduziam atividades evangélicas e o encorajaram a ir para a ilha”, ressaltou.
A polícia ainda não tem pistas sobre o corpo de John Chau, acrescentou ele. O americano de 26 anos foi morto no dia 17 de novembro por flechadas de uma tribo de caçadores-coletores que vive reclusa na ilha de Sentinela do Norte.
O policial não identificou o casal, descoberto pelas autoridades graças a chamadas registradas no telefone de John Chau de “números de telefones celulares locais”, ou forneceu detalhes da organização a que pertencem.
A polícia prendeu sete pessoas até agora, incluindo seis pescadores que ajudaram John Chau a chegar até a ilha e que relataram sua morte.
A polícia já fez três viagens de reconhecimento perto da ilha, procurando descobrir se o corpo de John Chau poderia ter sido exumado e depositado na praia, onde foi morto.
Em 2006, dois pescadores indianos, cujo barco ficou à deriva, foram mortos em Sentinela do Norte e, uma semana depois, seus corpos foram expostos na praia de frente para o mar.
“Já faz quase duas semanas e parece improvável que o corpo do americano seja exumado”, disse o chefe de polícia.
Antropólogos e defensores dos povos indígenas pediram que a Índia não tente recuperar os restos mortais para não ameaçar os sentinelas, introduzindo agentes infecciosos.
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