A polícia investiga a morte de um bebê de cinco meses em uma creche particular em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, na manhã desta quarta-feira (23). Segundo o pai da criança, Claudimar José dos Santos, três horas depois de deixar a filha no local, ele recebeu uma ligação da responsável pela unidade dizendo que ela havia morrido, sem dar explicações para a causa. As informações são do G1.
+ Junta de Mianmar é condenada internacionalmente pela morte de crianças
+ Triângulo amoroso pode ter motivado morte de crianças em incêndio
+ RJ: Polícia prende acusado de abusar sexualmente de crianças da própria família durante 28 anos
Na tarde desta quarta-feira (24), a declaração de óbito de Ana Beatriz Pires dos Santos apontou que ela teve um edema pulmonar. A família diz que ela não tinha nenhum problema de saúde.
“Não temos mais nem chão para continuar vivendo. A razão que eu tinha para viver partiu de uma maneira tão trágica”, disse o pai da bebê ao G1.
A família registrou um boletim de ocorrência da morte da criança no 1º DP do município, que registrou o caso como “morte suspeita”. A Secretaria da Segurança Pública disse que foram solicitados exames periciais para identificar as causas da morte.
Ainda de acordo com o G1, a responsável pela Escolinha Crisântemos, creche onde ficava e morreu Ana Beatriz, não quis se pronunciar. Segundo a Prefeitura de Itapecerica da Serra, o local estava em situação irregular. “A Secretaria de Educação utilizou-se de todos os meios cabíveis e legais para interromper as atividades na instituição”.
Em 2017, representantes da Secretaria da Educação e do Conselho Tutelar, acompanhados da Guarda Civil, estiveram no local e autuaram a proprietária por atividade irregular de ensino. A determinação era para que a creche encerrasse as atividades até sua regularização.
“No mesmo dia, o Conselho Tutelar realizou a devolução das crianças para os pais/responsáveis, que também foram orientados ao funcionamento irregular da instituição e que os menores não tinham as mínimas condições de segurança para a permanência no local”, disse a prefeitura em nota.
No dia 21 de maio, foi feita outra visita ao local, na qual foi constatado ambiente insalubre. Segundo o G1, o local oferecia serviço de creche e “hotelzinho”, com algumas crianças que passavam a noite no local. Algumas delas, dormiam em colchonetes no chão. Bebês pequenos também ficavam em cadeirinhas no chão e eram deixados sozinhos com suas mamadeiras.
A escolinha já havia sido denunciada pelo menos duas vezes por maus-tratos às crianças. Ao G1, o pai de Ana Beatriz diz que a dona da escola ligou para ele e pediu desculpas pela morte de sua filha.
“[Ela] começou a chorar e pedir desculpa, como se isso fosse trazer minha filha de volta. Eu só quero justiça”, disse Claudimar.