Aataque incendiário reivindicado por grupo de esquerda contra construtora seria protesto contra participação da empresa na expansão de fábrica da Tesla. Dono da Tesla, Musk apoiou ultradireitistas na eleição.A polícia investiga um suposto ataque incendiário em um canteiro de obras em Berlim depois que ativistas teriam reivindicado a responsabilidade pelo ato em um alegado protesto contra a expansão da fábrica da Tesla nas proximidades da capital alemã.
Nas primeiras horas da última terça-feira (25/02), "vários incêndios foram relatados" no local, que fica no bairro de Marzahn, no leste de Berlim, com "guindastes e cabos de sinalização da Deutsche Bahn [a empresa de trens da Alemanha] afetados", informou a polícia de Berlim por meio de um comunicado.
"Durante o processo de extinção do fogo, o tráfego de bondes e veículos na rua Landsberger ficou restrito por uma hora ou mais. Até o momento, a polícia presume que houve um incêndio criminoso com motivação política", diz o texto.
Na internet, conforme a mídia alemã, um grupo radical de esquerda publicou uma carta dizendo que foi responsável pelo ataque.
O grupo afirmou que a construtora Strabag, que atua na obra, está envolvida na expansão de uma unidade da fabricante de carros elétricos Tesla, de propriedade do bilionário Elon Musk, em Grünheide, no estado de Brandemburgo, a cerca de 30 quilômetros a sudeste da capital alemã.
Na carta, os manifestantes alegaram que os alvos eram a construtora, por seu trabalho em conjunto com a Tesla, e a Deutsche Bahn, que planeja construir um grande depósito próximo da empresa automotiva, o que atingiria uma extensa área florestal.
Alemanha vs. Musk
Nas últimas semanas, Elon Musk, proprietário da Tesla e também da rede social X, provocou a ira de setores políticos alemães por apoiar publicamente o partido ultradireitista AfD – sigla para Alternativa para a Alemanha – nas eleições federais que ocorreram no último domingo, 23 de fevereiro.
A fábrica da Tesla em Berlim foi inaugurada em 2022, e é a única da empresa até agora na Europa.
No final de 2023, planos de expansão foram anunciados com o objetivo de dobrar a capacidade de produção para um milhão de carros anuais na unidade de Berlim, que tem cerca de 12.000 funcionários.
A empresa acabou freando os planos depois que moradores se opuseram por meio de uma votação local. Ainda assim, a proposta continuou a despertar a ira de residentes e ambientalistas.
Em março de 2024, a fábrica foi forçada a interromper a produção após um suposto ataque incendiário a cabos de energia, o que foi reivindicado por um grupo radical de esquerda.
Os ativistas também construíram casas em árvores em áreas próximas para demonstrar seu descontentamento com os planos de expansão, e ambientalistas protestaram no local.
gb (AFP, ots)