Polícia identifica mandante de morte de Gritzbach e faz operação para prendê-lo

Vinícius Gritzbach
Vinícius Gritzbach, delator ligado ao PCC, foi executado no Aeroporto de Guarulhos (SP) Foto: Reprodução

O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa deflagrou nesta quinta-feira, 13, uma operação para cumprir novos mandados judiciais contra envolvidos na morte de Antônio Vinícius Gritzbach, delator de integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) que foi executado no aeroporto internacional de Guarulhos em novembro de 2024.

De acordo com a GloboNews, um dos mandados é contra Emílio de Carlos Gongorra Castilho, conhecido como “Cigarreiro”. Ele é apontado como mandante do assassinado do delator.

Os novos mandados foram cumpridos em 20 residências. No total, 26 pessoas já foram presas por envolvimento no caso, sendo 17 policiais militares, cinco policiais civis e quatro outros indivíduos, suspeitos de envolvimento com um integrante da facção que teria atuado como “olheiro” do crime — e segue foragido.

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Quem era a vítima

Gritzbach estava no centro de uma das maiores investigações feitas até hoje sobre a lavagem de dinheiro do tráfico de drogas em São Paulo, envolvendo os negócios da facção paulista na região do Tatuapé, bairro da zona leste paulistana.

Acusado pelo PCC de ter dado um desfalque de R$ 100 milhões em bitcoins nas finanças da facção, Gritzbach resolveu apresentar sua versão sobre os negócios do crime organizado no futebol ao assinar um acordo de delação premiada com o Gaeco. Um de seus anexos é o chamado PCC Futebol Clube. A delação foi proposta pela defesa em setembro de 2023. O Gaeco concordou com a delação e o acordo homologado pela Justiça em abril de 2024.

No acordo de delação, Gritzbach entregou documentos sobre quatro empreendimentos da construtora Porte Engenharia e Urbanismo no bairro do Tatuapé. A região é onde a cúpula do PCC tem comprado imóveis e levado uma vida de luxo, como mostram reportagens do Estadão. A construtora é alvo de investigação do Ministério Público Estadual sob a suspeita de ter vendido mais de uma dezena de imóveis para traficantes de drogas do PCC na região do Tatuapé.

Segundo a delação premiada, executivos da Porte receberam pagamento de imóveis em dinheiro em espécie e sabiam de registros de bens em que o nome do verdadeiro proprietário ficava oculto. Os bandidos também teriam lavado dinheiro adquirindo casas na Riviera de São Lourenço, litoral norte do Estado. Além disso, são suspeitos de pagar propinas milionárias a policiais civis.