A Polícia Federal deflagou nesta sexta-feira, 31, a nova fase da Operação Overclean, no intuito de desarticular uma organização criminosa supostamente envolvida em licitações fraudulentas, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro.
Por meio de ordens expedidas pelo STF (Supremo Tribunal Federal), cinco mandados de busca e apreensão e o confisco de valores obtidos de forma ilícita foram cumpridos em Brasília, São Paulo, Palmas (TO) e Gurupi.
Os investigados poderão responder pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos administrativos e ainda lavagem de dinheiro.
“Os investigados poderão responder pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos administrativos, além de lavagem de dinheiro”, disseram os policiais.
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O que é a Operação Overclean
A Operação Overclean, criada com o objetivo de desarticular uma organização criminosa que direcionava recursos públicos oriundos de emendas parlamentares, precisou ser enviada ao STF pela Polícia Federal após menção de uma autoridade com foro especial. Na Corte, o ministro Kassio Nunes Marques foi sorteado como relator do inquérito.
As investigações tiveram início por meio de uma apuração de infrações penais no pregão eletrônico 3/2021, do DNOCS (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas) na Bahia. No dia 10 de dezembro de 2024, a PF deflagrou operação que prendeu 17 pessoas e cumpriu 43 mandados de busca e apreensão na Bahia, Tocantins, São Paulo, Minas Gerais e Goiás. Entre os detidos, estava Francisco Manoel do Nascimento Neto, primo do líder do União Brasil na Câmara, o deputado federal Elmar Nascimento (BA).
Essa primeira ação ocorreu uma semana depois de ter apreendido R$ 1.538.700,00 com um suspeito de desvios milionários em recursos públicos. Para os investigadores, esse dinheiro era de origem ilícita e destinava-se ao pagamento de propinas em Brasília.
A quantia havia sido transportada em um voo particular, que tinha saído de Salvador (BA) com destino à capital federal. Os passageiros da aeronave eram o empresário Alex Parente e Lucas Maciel Lobão Vieira, o ex-coordenador do DNOCS.
Alex passou a ser investigado na operação junto ao seu irmão Fabio. Eles são apontados como líderes do esquema de desvio ao lado do empresário José Marcos de Moura, conhecido na Bahia como “rei do lixo”, que teria sido o responsável por alugar a aeronave.
Além do dinheiro, os policiais federais encontraram documentos e planilhas. Dias depois, em 23 de dezembro, a segunda fase da operação foi deflagrada. Nela, os agentes prenderam um policial federal o vice-prefeito da cidade bahiana Lauro de Freitas, Vidigal Cafezeiro Neto; o secretário de Mobilidade Urbana de Vitória da Conquista, Lucas Dias, e o lobista Carlos André. No entanto, eles foram soltos no dia 24 de dezembro por uma decisão do TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região.