A polícia indiana lançou, nesta terça-feira (27), gás de efeito lacrimogêneo e canhões d´água contra milhares de manifestantes que exigiam justiça para uma médica assassinada e estuprada na cidade de Calcutá este mês.

A descoberta em 9 de agosto do corpo ensanguentado da médica de 31 anos em um hospital público na cidade provocou uma onda de indignação no país, onde existe um problema crônico de violência contra as mulheres.

A manifestação de terça-feira viu milhares de pessoas marcharem em direção a um edifício governamental para exigir a renúncia de Mamata Banerjee, a principal ministra do estado de Bengala Ocidental.

Os manifestantes gritaram lemas e entraram em confronto com a polícia, que atacou a multidão com porretes em um esforço para dispersá-la.

Namita Ghosh, uma estudante que participou do protesto, disse à AFP que a multidão tinha a intenção de “protestar pacificamente” antes da agressão policial.

Pelo menos 100 manifestantes “foram presos por incitação à violência”, declarou um alto funcionário da polícia à AFP, sob condição de anonimato.

Após o crime, os protestos adquiriram um caráter político, com enfrentamentos entre a polícia e membros do partido governante Bharatiya Janata (BJP).

O BJP é o partido nacionalista hindu do primeiro-ministro Narendra Modi, mas no estado de Bengala Ocidental se encontra na oposição.

Os seguidores do BJP acusam o governo de Banerjee de criar um entorno inseguro para as mulheres e a responsabilizam de crimes como o da médica.

O corpo da mulher foi encontrado na sala de seminários do hospital docente, o que sugere que havia ido ali para descansar durante um turno de 36 horas.

Associações de médicos iniciaram greves para exigir Justiça por seu assassinato e interromperam os serviços não essenciais. Um homem que trabalhava no serviço de recepção do hospital foi preso pelo crime.

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