A polícia paquistanesa rastreou minuciosamente nesta segunda-feira (31), em busca de pistas, o lugar onde um atentado suicida contra um comício de um partido islâmico no noroeste do país deixou ao menos 44 mortos.

O ataque teve como alvo o partido religioso conservador Jamiat Ulema-e-Islam (JUI-F), um importante aliado da coalizão governamental.

O grupo organizava uma reunião sob uma tenda com a presença de mais de 400 membros e simpatizantes na cidade de Jar, perto da fronteira com o Afeganistão.

Sapatos ensanguentados ainda estavam no chão, assim como parafusos de aço e outros itens da jaqueta usada pelo autor do ataque. Pedaços de corpos ainda podiam ser vistos a 30 metros do local onde o homem detonou o artefato.

“Vivi cenas terríveis: corpos sem vida espalhados pelo chão enquanto as pessoas gritavam por socorro”, disse à AFP Fazal Aman, que estava perto da tenda quando a bomba explodiu.

Milhares de pessoas compareceram aos primeiros funerais na segunda-feira, como os de dois primos de 16 e 17 anos.

O ataque de domingo ocorreu poucas semanas antes da dissolução da Assembleia Nacional do país, tendo em vista as eleições marcadas para outubro ou novembro.

Os partidos políticos já fazem campanha para estas eleições e o ataque desperta temores de um período eleitoral violento no país, que vive uma grave crise política desde a destituição do primeiro-ministro Imran Khan em abril de 2022.

Nenhum grupo reivindicou a responsabilidade pelo ataque e o Talibã paquistanês, que opera na região, negou estar por trás dele, afirmando que não tem como alvo as forças de segurança.

A facção local do grupo jihadista Estado Islâmico (EI), que até agora não se pronunciou, realizou alguns ataques contra reuniões políticas e líderes do Jui-F no passado.

O Paquistão viu um aumento nos ataques desde que o Talibã voltou ao poder no Afeganistão em 2021, especialmente na região de fronteira.

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