A polícia de West Midlands, na Inglaterra, deteve neste domingo um garoto de 12 anos por enviar mensagens racistas ao atacante Wilfried Zaha, do Crystal Palace, antes da partida contra o Aston Villa, clube do qual o jovem é torcedor.

Segundo a polícia, o garoto mora na cidade de Solihull, próxima a Birmingham, onde está situado o Aston Villa. Ele foi levado sob custódia depois dos insultos racistas enviados no sábado por meio das redes sociais ao atacante marfinense.

“Fomos alertados sobre uma série de mensagens racistas enviadas a um jogador de futebol hoje e, depois de analisá-las e realizar verificações, prendemos um garoto”, informou a polícia de West Midlands. “O garoto de 12 anos de idade de Solihull foi levado sob custódia. Obrigado a todos que levantaram essa questão. O racismo não será tolerado”, completou a corporação.

Antes de o Crystal Palace enfrentar e perder para o Aston Villa por 2 a 0 neste domingo, Zaha denunciou em suas redes sociais ameaça racista que recebeu por mensagem privada em seu Instagram. Ao ver a publicação do jogador, a polícia de West Midlands avisou que investigaria o caso e pouco tempo depois anunciou a detenção.

“É melhor você não marcar amanhã, sua p*** preta. Ou eu irei à sua casa vestido como fantasma”, escreveu o torcedor racista, agora encontrado pela polícia, usando um termo pejorativo para ofender racialmente o atleta de 27 anos.

O fã do Aston Villa também enviou duas imagens: uma de um cereal com uma antiga embalagem de cunho racista e outra mostrando membros da Klu Klux Klan (KKK), organização criada no século 19 nos Estados Unidos que defende a supremacia dos brancos sobre os negros e cujos integrantes vestem roupas inteiramente brancas, com capuzes pontiagudos. Hoje, o grupo sobrevive nos EUA com variadas ramificações segregacionistas e contrárias a minorias.

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O Crystal Palace e o Aston Villa se solidarizaram com Zaha e manifestaram repúdio em relação aos insultos raciais. O treinador do clube londrino, Roy Hodgson, chamou os insultos de “desprezível” e avaliou que a atitude de Zaha de trazer o caso à tona foi acertada.

“É lamentável que em um dia de jogo um atleta acorde com esse tipo de mensagem covarde e desprezível. Eu penso que Wilfried fez o certo em se manifestar, não acho que seja bom ficar quieto diante de casos assim”, afirmou o técnico.

A Premier League afirmou que “esse comportamento é completamente inaceitável” e assegurou que “está ao lado de Wilfried Zaha e se opõe a qualquer forma de discriminação”. “Continuaremos a apoiar jogadores, treinadores e membros de suas famílias que receberem graves abusos discriminatórios online”, acrescentou.


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