A Polícia Civil de São Paulo prendeu cinco pessoas durante uma operação contra uma quadrilha que vendia suplementos, proteínas e creatinas vencidas e adulteradas na segunda-feira, 20 de maio. Uma das lojas da organização criminosa, acusada de crime contra a saúde pública, está localizada na zona norte da capital paulista.

Os rótulos dos produtos eram modificados para que as verdadeiras datas não fossem mostradas aos clientes e costumavam ser vendidos em preços abaixo dos encontrados no mercado. As informações foram divulgadas pelo Fantástico, da TV Globo, neste domingo, 9.

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Inicialmente, as investigações buscavam apurar uma possível fraude fiscal de empresas que vendiam suplementos e outros itens costumeiramente usados por frequentadores de academias.

Entretanto, as autoridades localizaram indícios de crimes contra a saúde pública e identificaram conversas de um dos donos das empresas que indicavam uma possível manipulação de rótulos dos produtos.

Em um dos áudios analisados, José Roberto Adriano Ferreira de Assis, conhecido como “Betão”, relata em tom irônico que já recebeu suplementos com “miolo de rato” em sua composição. “Vê se consegue apagar para mim a validade”, afirma o empresário em outra gravação.

Produtos como suplementos vencidos costumam “empedrar” e, por isso, a quadrilha supostamente utilizava uma casa como “laboratório” para centrifugar os itens e colocá-los em embalagens sem qualquer tipo de higiene.

De acordo com a Polícia Civil, Betão também dizia ser como um “lixão”, alegando que era procurado por grandes empresas para o repasse de produtos vencidos. Foram utilizados três caminhões para que as autoridades pudessem coletar todos os suplementos adulterados, mas a quantidade pode ser muito maior e espalhada pelo Brasil, já que as vendas eram feitas muitas vezes pela internet.

Betão foi liberado pelas autoridades e a defesa do empresário declarou que está convicta da inexistência da adulteração de produtos.