(Reuters) -A polícia nicaraguense invadiu uma casa onde um bispo crítico do presidente Daniel Ortega foi colocado em prisão domiciliar e o levou para um destino desconhecido na madrugada desta sexta-feira, disseram grupos religiosos e de direitos humanos.

Rolando Alvarez, chefe da diocese de Matagalpa, no norte, estava em prisão domiciliar há duas semanas junto com cinco padres, um seminarista e um cinegrafista de um canal de televisão religioso.

A polícia disse que o cinegrafista e os clérigos foram transferidos para uma prisão em Manágua.

As autoridades nicaraguenses detiveram pelo menos três padres nos últimos meses, enquanto outros foram para o exílio.

A relação entre a Igreja Católica e o governo Ortega tem sido severamente tensa após uma dura repressão aos protestos anti-Ortega em 2018.

No início deste mês, a polícia disse que estava investigando Alvarez por formar grupos violentos e suposta conspiração.

“Com o coração cheio de dor e indignação, condeno o sequestro do Monsenhor Alvarez”, disse o bispo nicaraguense exilado Silvio Baez em um tuíte. “A ditadura mais uma vez superou seu próprio espírito maligno e diabólico.”

Ele pediu a libertação de Alvarez e fez um apelo àqueles com informações sobre seu paradeiro a se apresentarem.

O chefe da Organização dos Estados Americanos, Luis Almagro, também condenou as detenções em um comunicado e exigiu sua “liberdade imediata e a de todos os presos políticos”.

A sobrinha do bispo Alvarez disse que na mesma manhã a polícia invadiu a casa de seus pais na capital Manágua.

(Reportagem de Ismael Lopez)

((Tradução Redação São Paulo))

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