Polícia da Nicarágua impede acesso a paróquia, denuncia religioso em jejum

O bispo católico nicaraguense Rolando Álvarez conversa com jornalistas na igreja Santo Cristo de Esquipulas, em Manágua - AFP
O bispo católico nicaraguense Rolando Álvarez, um crítico ferrenho do governo de Daniel Ortega, denunciou que a polícia impediu o acesso à missa que ele celebrou neste domingo (22) na paróquia onde está em jejum desde a sexta-feira.
“A missa ficou vazia, sem a presença de fiéis, porque a polícia não permite a entrada e mantém o templo totalmente isolado. Dois sacerdotes que concelebrariam a palavra foram repelidos com grosseria”, disse, durante a eucaristia, transmitida pelas redes sociais.
“Com este tipo de atitude não se aporta nada para o diálogo, a harmonia, a fraternidade, ao contrário, as coisas ficam tensas”, disse em sua homilia.
O religioso se abrigou na noite de quinta-feira na paróquia Santo Cristo, sudeste de Manágua, e iniciou um jejum após denunciar ter sido “perseguido” durante todo o dia pela polícia.
O sacerdote Harving Padilla também afirmou que a polícia impediu que os fiéis fossem ao culto religioso na igreja de São João Batista, em Masaya (sudeste), onde se refugiou na semana passada devido ao assédio das autoridades.
“Estamos vivendo momentos difíceis como nação e nosso dever como Igreja é anunciar a verdade do Evangelho”, afirmou neste domingo a Conferência Episcopal da Nicarágua (CEN), expressando solidariedade a Álvarez.
Bispo da diocese de Matagalpa (norte) e administrador apostólico de Estelí (norte), Álvarez também é encarregado da área de comunicação da CEN.
Ortega tem acusado reiterada e publicamente os bispos de “golpistas” por terem dado refúgio em seus templos a manifestantes que fugiram ou ficaram feridos durante os protestos antigovernamentais de 2018.
A pedido de Ortega, a Igreja católica mediou um diálogo que visava pôr fim à crise. Os dirigentes propuseram antecipar as eleições, ao que o presidente se opôs.
As relações entre o clero e o governo da Nicarágua têm sido tensas desde então. Em março, o representante do Vaticano, o polonês Waldemar Sommertag, foi expulso do país, uma decisão que a Santa Sé considerou “incompreensível”.
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