A Polícia Civil do Rio Grande do Sul determinou nesta sexta-feira, 21, que Deise Moura dos Anjos matou quatro familiares envenenados com arsênio, um tipo de inseticida, em Torres (RS) – cidade localizada a cerca de 195 quilômetros de Porto Alegre (RS). De acordo com as autoridades, os inquéritos relativos ao caso foram concluídos com mais de 400 páginas.
As forças de segurança apontaram que a mulher é responsável por quatro assassinatos, sendo de três parentes que morreram após comer um bolo de arsênio em dezembro de 2024, e do sogro, envenenado em setembro. Deise Moura dos Anjos foi encontrada morta em 13 de fevereiro na prisão de Torres onde estava detida temporariamente desde 5 de janeiro.
+ Sogro de suspeita de colocar arsênio em bolo morreu envenenado 4 meses antes, diz perícia
+ Suspeita de envenenar a família com arsênico é encontrada morta em prisão do RS
Segundo a Polícia Civil, Deise foi autora de quatro homicídios triplamente qualificados por motivo fútil, emprego de veneno e dissimulação. Não houve indiciamento já que a autora do crime morreu, o que garante a extinção de punibilidade.
As autoridades divulgaram cartas escritas por Deise enquanto estava na prisão. Em um dos documentos, a mulher afirmou que a sogra, Zeli dos Anjos, alvo do bolo de arsênio, foi responsável por fazer dos 20 anos de casada que teve “um inferno”. “Mais uma vez eu sou a vilã e você a mocinha”, anotou.
Relembre o caso
Seis pessoas da família do marido de Deise passaram mal após comerem um bolo na véspera de Natal, incluindo a sogra da suspeita, que havia feito o doce. Todos foram hospitalizados em seguida. Em um intervalo de horas, três pessoas identificadas como Neuza Denise Silva dos Anjos, de 65 anos, Maida Berenice Flores da Silva, de 59, e Tatiana Denize Silva dos Anjos, de 47, morreram.
Os outros familiares, incluindo um menino de dez anos e a sogra que era o alvo do plano, sobreviveram.
Por conta das suspeitas de envenenamento, a polícia também decidiu investigar a morte do sogro de Deise, Paulo Luiz dos Anjos. Ele morreu em setembro. De acordo com informações da perícia sobre a exumação, ele havia ingerido arsênio que estava misturado em leite em pó.
No celular de Deise, que foi apreendido, os investigadores encontraram pesquisas comprometedoras na internet. Tais como: “veneno para o coração”, “arsênio veneno”, “veneno que mata humano”. Em áudio, ela também falava mal da sogra e dizia que ela “é uma peste”.
O arsênio, que causou a morte por envenenamento, foi comprado por Deise pela internet. Na nota fiscal, é possível ver o nome dela no campo do destinatário e a data do pedido, que foi feito dias antes da morte do sogro, em setembro.
*Com informações da AFP e do Estadão