A Polícia Civil do Rio começou a investigar, nesta quinta-feira (5), o assassinato a tiros de três médicos em um quiosque da praia da Barra. Um deles era irmão da deputada socialista Sâmia Bomfim (PSOL-SP). Um quarto homem, parte do grupo de profissionais, ficou ferido.

Os médicos estavam sentados em um quiosque no calçadão da praia da Barra, quando foram surpreendidos por atiradores vestidos de preto e que chegaram ao local em um carro branco, como pôde ser visto em um vídeo divulgado pela mídia.

Na ação, que durou menos de um minuto, um quarto médico ficou ferido. Os profissionais estavam na capital para participar de um congresso de ortopedia.

A Polícia Civil informou que está “ouvindo testemunhas” e analisando “imagens de câmeras de segurança” para tentar estabelecer as motivações do crime, que qualificou como grave.

Uma das vítimas, Diego Ralf Bomfim, de 35 anos, era irmão da deputada federal Sâmia Bomfim, do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), e cunhado do deputado Glauber Braga, representante do partido pelo Rio de Janeiro.

“Em face da hipótese de relação com a atuação de dois parlamentares federais, determinei à Polícia Federal que acompanhe as investigações sobre a execução de médicos no Rio”, declarou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino no X, antigo Twitter.

“Eu tenho certeza que esse crime não vai ficar impune diante da atuação da equipe de homicídios e de toda a Polícia Civil que vai atuar em com as demais parcerias, integrando essa investigação”, disse o secretário estadual da Polícia Civil, José Renato Torres, em uma coletiva de imprensa.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também manifestou no X sua “grande tristeza e indignação” pela “execução” dos médicos e se solidarizou com os deputados e outros familiares das vítimas.

Em um comunicado em seu site, o PSOL manifestou “seu profundo pesar e indignação diante do assassinato do médico Diego Ralf Bomfim, irmão da deputada Sâmia Bomfim” (…) e exigiu que as autoridades competentes “investiguem este crime de forma rigorosa e eficiente, para que os responsáveis sejam identificados e punidos de acordo com a lei”.

Em 2018, a vereadora do partido, Marielle Franco, foi executada a tiros em uma rua do centro da capital.

O governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas, expressou sua consternação e colocou a polícia do estado à disposição das autoridades do Rio.

“Estamos consternados com a notícia do assassinato dos três médicos que atuam em São Paulo, ocorrida nesta madrugada no Rio de Janeiro. Conversei com o governador @claudiocastroRJ para colocar o @governosp à disposição, e uma equipe do DHPP da @policiacivil_sp já está a caminho do RJ para apoiar”, escreveu Tarcísio em sua conta no X.

O Rio de Janeiro vive uma espiral de violência que, nesta semana, motivou o anúncio de medidas do governo federal para reforçar o combate às organizações criminosas com o envio de 300 agentes e 50 veículos para a capital carioca.

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