A Polícia Civil de São Paulo informou que encaminhou ao Ministério Público de São Paulo (MPSP) o indiciamento da aluna da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) Alicia Dudy Müller Veiga, de 25 anos, que confessou o desvio de R$ 937 mil do fundo que arrecadava dinheiro para a formatura.

O inquérito policial, que foi elaborado pelo 16° Distrito Policial (Vila Clementino), relatou ao Poder Judiciário, na última sexta-feira (27), que a estudante cometeu o crime de apropriação indébita, cuja pena máxima é de quatro anos de prisão e multa.

A Polícia Civil ainda informou, por meio de nota enviada à IstoÉ, que solicitou a prisão preventiva de Alicia, que segue sob análise da Justiça.

Relembre o caso

No dia 23 de janeiro deste ano, Alicia se compareceu a uma delegacia junto com um advogado. A estudante falou com a delegada Zuleika Gonzales Araújo por cerca de quatro horas.

De acordo com a delegada, a estudante contou que acreditava que a empresa “Ás Formaturas” não estava administrando bem os valores arrecadados. Por conta disso resolveu sacar o dinheiro. Como ela era presidente da comissão que organizava a festa, tinha fácil acesso para isso.

“Ela narrou que, em um primeiro momento, sacou R$ 604 mil, porque tinha o intuito de investir esse valor e fazê-lo render”, relatou a delegada. Porém a estudante acabou fazendo aplicações ruins e perdeu o dinheiro.

Segundo o relato na delegacia, Alicia ficou desesperada e por isso passou a sacar outros valores para fazer apostas em agências lotéricas na zona sul de São Paulo. O seu intuito com as apostas era o de recuperar os valores perdidos.

Contudo ela continuou perdendo dinheiro e sacando cada vez mais até pegar todo o dinheiro que havia sido arrecadado pelos estudantes de Medicina.

Alicia ainda confessou que utilizou os valores para benefício próprio. Ela comprou aparelhos eletrônicos e pagou os aluguéis de um apartamento e de um carro. A estudante passou a ter “uma vida incompatível com a renda que tinha”, informou a delegada.

Além disso, a Polícia Civil analisa outro inquérito de estelionato e lavagem de dinheiro ao qual a estudante já respondia, por ter realizado grandes apostas em uma lotérica e dado um prejuízo de R$ 192,9 mil aos donos do local.