A Polícia Civil realiza na tarde desta sexta-feira, 14, a reconstituição do caso Claudineia dos Santos Melo, mãe do bebê Arthur, atingido por bala perdida quando ainda estava dentro do útero da mãe, em 30 de junho. O evento aconteceu próximo à Favela do Lixão, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. As investigações apontam que o tiro que atingiu Claudineia partiu de traficantes da favela.

A delegada Raíssa Ceres, da 59ª Delegacia de Polícia, comanda a reprodução simulada baseada nos relatos colhidos até o momento. Segundo depoimento da mãe – que não participou da simulação por estar abalada -, ela saía de um pequeno mercado na entrada da favela quando viu a chegada de duas viaturas da Polícia Militar. Logo na sequência, começou um intenso tiroteio entre PMs e criminosos. Grávida de 39 semanas, ela não conseguiu correr e acabou atingida na pelve.

“O mais provável é que esses disparos tenham partido dos traficantes”, disse a delegada nesta sexta-feira. “Os indícios dos autos apontam para isso, mas todas as provas estão sendo produzidas.”

O exame de balística não foi realizado porque o projétil que atingiu Claudineia continua alojado no corpo dela. Os médicos não sabem se irão retirá-lo. A suspeita recai sobre os traficantes porque, pelas marcas de balas nas paredes e pelos depoimentos da mãe do bebê e dos seis PMs que se envolveram no tiroteio, tudo aponta que os tiros partiram de dentro da favela. Segundo a delegada Raíssa, não há nenhum tipo de contradição nos relatos colhidos até agora.

“Nós já temos suspeitos, e estamos aqui para embasar com provas”, sustentou a delegada. “Nós vamos conseguir chegar aos autores (do crime).”

Dois peritos participam da reconstituição. Ao todo, cerca de 20 agentes da Polícia Civil dão apoio à reconstituição, que fecha ruas da entrada da favela. Moradores da região assistem a tudo.

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Bebê

Estilhaços do tiro que acertou Claudineia, grávida de nove meses, atingiram o bebê Arthur, e foi necessária uma cesariana de emergência. Ele nasceu com os dois pulmões perfurados, teve hemorragia cerebral e fraturas nas vértebras T3 e T4, atingidas por estilhaços de ossos.

Arthur está internado na UTI neonatal do Hospital Estadual Adão Pereira Nunes. Seu estado de saúde ainda é grave, mas estável.

O bebê está paraplégico. Os médicos, contudo, afirmam que o menino ainda tem chances de recuperar os movimentos das pernas.


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