Polícia Civil desarticula maior esquema de venda de ‘cogumelos mágicos’ do país

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'Cogumelos mágicos' apreendidos pela PF Foto: divulgação/polícia civil

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) desmantelou nesta quinta-feira, 4, o que é considerado o maior esquema de produção e venda de “cogumelos mágicos” do Brasil. A organização criminosa faturava cerca de R$ 26 milhões por ano com a distribuição do alucinógeno para todo o país, utilizando os Correios para as entregas. Uma operação realizada em oito estados prendeu nove pessoas e desativou o laboratório principal do grupo, que ficava em Curitiba (PR).

Segundo a Coordenação de Repressão às Drogas (CORD), a quadrilha usava redes sociais e influenciadores digitais para promover os produtos, que eram vendidos em cápsulas, desidratados ou misturados a mel. Para lavar o dinheiro obtido com o tráfico, o grupo utilizava empresas de fachada registradas no setor alimentício. As investigações apontam que o principal público-alvo eram jovens frequentadores de festas de música eletrônica.

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A estrutura de produção funcionava em galpões na capital paranaense, com capacidade para gerar até 200 quilos do entorpecente por mês. De acordo com informações do portal G1, a polícia rastreou o envio de mais de 3.700 encomendas apenas para o Distrito Federal entre 2024 e 2025, totalizando 1,3 tonelada da droga apreendida. A ação, batizada de Operação Psicose, cumpriu mandados no DF e nos estados do PR, SC, SP, PA, MG, ES e RS.

A psilocibina, substância ativa presente nos cogumelos, é proibida no Brasil e consta na lista de substâncias controladas da Anvisa pela Portaria nº 344/1998. Autoridades policiais alertam para os graves riscos à saúde associados ao consumo, que incluem surtos psicóticos, paranoia e outros transtornos mentais. Segundo os investigadores, os efeitos adversos podem se manifestar de forma recorrente, mesmo anos após o uso.

Os nove presos na operação responderão por tráfico de drogas qualificado, lavagem de dinheiro, associação criminosa, crimes contra a saúde pública, crime ambiental e curandeirismo. Se condenados, as penas somadas para os líderes da organização criminosa podem ultrapassar os 50 anos de reclusão.