SANTIAGO, 13 JUN (ANSA) – Em uma ação sem precedentes no Chile, unidades da polícia apreenderam arquivos eclesiásticos das dioceses da capital Santiago e Rancagua. A busca foi pedida pelo Ministério Público, que investiga casos de pedofilia na Igreja.   

Segundo fontes citadas pela imprensa local, as autoridades judiciárias pretendem examinar todas as denúncias enviadas pelas dioceses em questão à Congregação para a Doutrina da Fé, o dicastério do Vaticano que se ocupa de casos do tipo.   

Em Santiago, o Ministério Público está concentrado no ex-chanceler da arquidiocese local Óscar Muñoz Toledo, que teria admitido às autoridades eclesiásticas abusos sexuais contra menores de idade.   

Já em Rancagua a suspeita é que haja uma “fraternidade” de sacerdotes pedófilos, descoberta por uma jornalista que fingira ser menor de idade e fora aliciada online por um padre, que teria inclusive lhe enviado imagens de cunho sexual.   

A Justiça do Chile informou que pedirá que o Vaticano entregue toda a informação disponível sobre esses casos e formalizará a solicitação em um encontro com os dois enviados do papa Francisco para investigar as denúncias no país, Charles Scicluna e Jordi Bertomeu.   

Esses não são os únicos escândalos de pedofilia envolvendo padres católicos no Chile. Recentemente, o Pontífice aceitou a renúncia do bispo de Osorno, Juan Barros, acusado de ter acobertado denúncias contra o sacerdote Fernando Karadima, condenado pelo próprio Vaticano por violência sexual contra menores.   

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Além disso, Jorge Bergoglio aceitou as renúncias de mais dois bispos – Cristián Caro Cordero (Puerto Montt) e Gonzalo Duarte García de Cortázar (Valparaíso) – e está analisando os pedidos de outros, já que todo o episcopado chileno se demitiu para dar liberdade de ação ao Papa. (ANSA)


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