Uma família americana que estava de férias na Disney teve sua viagem transformada em pesadelo quando um aligátor arrastou seu filho de dois anos na beira do lago do resort, informou a polícia nesta quarta-feira, que acredita que a criança esteja morta.

A tragédia no complexo da Disney é o mais recente horror que abate a ‘cidade das férias’ na Flórida, que já sofre com o massacre de domingo em uma boate gay onde 49 pessoas foram mortas – o maior tiroteio em massa na história americana.

O Walt Disney World informou ter fechado todas as praias e marinas de seus resorts na Flórida por precaução depois do acidente – o primeiro mortal em seus 45 anos.

“Nós estamos lidando com a família agora, que, sem dúvidas, perderá seu filho de dois anos”, disse aos repórteres o xerife Jerry Demings, do condado de Orange.

A criança foi arrastada na terça-feira à noite em uma praia à beira do lago no ‘Grand Floridian Resort and Spa’, dentro do grande complexo da Disney, e levada para a água.

“Certamente ele não sobreviveu até o momento, já que ficou submerso neste intervalo de tempo. Nós sabemos, neste momento, que os esforços agora são para recuperá-lo”, disse Demings, acrescentando que socorristas vão continuar as buscas até que o corpo da criança seja encontrado.

O aligátor atacou enquanto o menino brincava na beira da água do lago artificial ‘Seven Seas Lagoon’, que fica do lado de fora do hotel ‘Grand Floridian’, próximo ao parque Magic Kingdom.

O pai correu para dentro d’água e lutou com o animal, mas não conseguiu resgatar o filho, disseram os oficiais.

Uma operação de busca e resgate foi lançada logo após o ataque. Demings disse que 50 pessoas trabalhavam para achar o corpo.

A criança fazia parte de uma família de cinco pessoas, originários do estado de Nebraska, no meio-oeste dos Estados Unidos, e estavam aproveitando o dia à beira do lago artificial.

O aligátor emergiu e pegou a criança por volta das 21H00 locais (22H00 de Brasília) de terça-feira.

O ‘Grand Floridian’ faz parte do enorme complexo de resorts da Disney, que inclui diversos parques temáticos, parques aquáticos, hotéis e pistas de golfe.

“Todos aqui do Walt Disney World Resort estão devastados por esse trágico acidente”, disse a executiva de comunicações, Jacquee Wahler, no início do dia.

“Estamos dando auxílio à família e fazendo tudo o que podemos para ajudar no cumprimento da lei”, ressaltou.

Buscando em todos os locais

A equipe utilizou um sonar e iluminou a área durante a madrugada, enquanto um helicóptero sobrevoava a região. Os bombeiros caminharam pelas margens do lago com câmeras infravermelhas.

Ao menos cinco aligátores foram capturados e estão sendo analisados, mas não há o menor sinal do menino, disseram as autoridades.

“Lembrem-se, é a Flórida. E aligátores são nativos dessa região do país”, disse Demings.

“A Disney tem um sistema de gestão da vida selvagem ativo e eles têm trabalhado diligentemente para garantir que seus hóspedes não sejam indevidamente expostos à vida selvagem aqui nesta área”, acrescentou.

Caçadores profissionais de aligátores foram trazidos para ajudar nos esforços de recuperação, disse o xerife.

Aligátores são comuns na Flórida, onde podem ser encontrados em água doce ao longo do estado, afirmou aos repórteres Nick Wiley, do serviço de peixes e animais selvagens da Flórida. Entretanto, é muito raro um aligátor atacar um humano, disse Wiley.

Antes do acidente, ocorreram apenas 22 mortes por mordidas de aligátores que não foram provocados na Flórida desde 1948, de acordo com o serviço de peixes e vida selvagem.

Existe uma placa de “proibido nadar” no lago, mas nenhum aviso sobre aligátores, ele acrescentou.

Dias “horríveis” para Orlando

Dois dias antes do massacre na boate Pulse, na madrugada de domingo, a cantora Christina Grimmie, ex-participante do popular programa de TV “The Voice”, levou um tiro e morreu no ‘Orlando’s Plaza Live Theater’ durante encontro com os fãs. O atirador se matou depois.

“Os últimos três ou quatro dias foram horríveis para nossa comunidade”, disse a prefeita do condado de Orange, Teresa Jacobs, nesta quarta-feira, enquanto falava sobre a mais recente crise da cidade – a do menino desaparecido.

“Eu não posso compreender, eu não posso compreender como está sendo isso para um pai”, disse Jacobs, que tem um filho de 20 anos.

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