O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e a Corregedoria Interna da Polícia Civil, com apoio da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública, abriram nesta segunda-feira, 13, a Operação Saigon. A ação combate um grupo que opera jogo do bicho e outras apostas ilícitas na cidade de São Gonçalo.

Em nota, a Promotoria informou que serão cumpridos 23 mandados de prisão e 35 de busca e apreensão contra denunciados por crimes de organização criminosa e peculato, havendo entre eles policiais civis e militares. Ao todo, o Gaeco ofereceu denúncia contra 53 integrantes do grupo.

“Liderada pelos irmãos Luis Anderson Azeredo Coutinho e Alexandre de Azeredo Coutinho, a organização criminosa tinha o objetivo de corromper funcionários públicos, especialmente agentes das Forças de Segurança, para viabilizar o exercício da contravenção do jogo do bicho e outras apostas na cidade. Além dos dois, tinham função de destaque na organização criminosa o denunciado Renato Lengruber”, informou o Ministério Público.

De acordo com a denúncia, a engrenagem criminosa atuava graças ao trabalho de policiais e ex-policiais. Eles garantiam, mediante o pagamento de propina, a omissão das instituições públicas na repressão da atividade ilegal, bem como a recuperação de ativos eventualmente apreendidos em operações policiais. Ao menos oito policiais e ex-policiais militares e três policiais e ex-policiais civis integravam a estrutura criminosa, a maioria atuava como segurança ou cobrador.

A denúncia narra que o policial civil aposentado Allan Kardec Silva Menezes era o elo entre os criminosos e as delegacias de polícia. Ele aproveitava sua condição de policial civil aposentado para transitar pelas unidades de polícia judiciária – unidade incumbida de reprimir a prática da contravenção do jogo do bicho.

A organização era estruturada a ponto de oferecer plano de saúde aos seus funcionários, além de contar com setor de tesouraria, responsável pelo escritório de contabilidade. Como forma de intimidação, utilizavam armas de fogo. O Gaeco dividiu os denunciados em quatro grupos: o núcleo principal (formado pelos lideres e operadores), o braço armado (policiais e seguranças), o segundo escalão (prestava assessoramento a alguns denunciados) e o terceiro escalão (exercia funções administrativas).

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Além da denúncia por formação de organização criminosa e peculato, o Ministério Público requisitou ainda o bloqueio das contas bancárias dos integrantes do alto escalão da organização.


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