A Polícia Civil começou a investigar os ataques racistas feitos contra Milla Vieira, após a modelo ser eleita Miss Universe São Paulo.

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirmou ao g1 que a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (DECRADI) do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) está ciente dos fatos divulgados e instaurou um inquérito policial para a apuração de crime de injúria racial e racismo.

Os comentários criminosos foram feitos nas redes sociais, após a divulgação do resultado do concurso, realizado dia 24 de julho.

Diversos perfis contestaram a vitória de Milla, uma mulher negra, dizendo frases, como: “ganhou pela cota, só pode”, “calado eu me deito, sem processo me levanto”, “por que agora tem cota reservada nestes concursos?” e “perderam a noção de beleza mesmo, lacração tá f*da hoje em dia”.

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Em entrevista à GloboNews, Milla falou sobre o sonho de vencer o concurso e a indignação ao saber dos ataques contra ela.

“Eu ganhei um concurso que era meu sonho participar. No dia seguinte, quando eu abri a minha rede social, eu já comecei a entender e ver os ataques direcionados a mim de forma gratuita”, relatou a miss.

“Eu percebi que estou em todas as redes sociais, mas não de uma forma positiva. Infelizmente, de uma maneira bem negativa, as pessoas me comparando a animais […] Por que agora tantos ataques de ódio me difamando, como se eu não fosse merecedora? Por que tanto incômodo? É tão difícil aceitar?”

Gerson Antonelli, presidente do Miss Universe Brasil, afirmou que os autores de comentários racistas serão punidos de acordo com a Lei do Racismo.