O museu Magnin de Dijon, no leste da França, era pouco conhecido até a cerimônia de abertura das Olimpíadas de Paris, que impulsionou as visitas ao site da instituição, que saltaram de 150 para 150 mil, por hospedar uma pintura que pode ter inspirado uma cena polêmica.

“Nosso website disparou. Passamos de cerca de 150 visitantes para 150 mil de um dia para o outro”, disse à AFP Leslie Weber-Robardet, encarregada pela comunicação do museu, que no momento não soube dizer com precisão o impacto nas visitas físicas.

Desde 1938, o museu abriga em seu acervo “A Festa dos Deuses”, uma obra do século XVII do pintor barroco holandês Jan Hermansz van Biljert, que alguns nas redes sociais associaram à cena polêmica da cerimônia de abertura dos Jogos.

A representação em discussão mostrava o ator e cantor francês Philippe Katerine quase nu, fantasiado de Dionísio, o deus grego do vinho, diante de um banquete festivo, acompanhado por drag queens e com a DJ Barbara Butch como mestre de cerimônias.

“O museu não está por trás da comparação” nas redes sociais, diz Weber-Robardet, explicando que se trata de uma “obra de inspiração mitológica, de um banquete que ocorre no Olimpo”, “o casamento de Tétis e Peleu”.

No entanto, a polêmica surgiu com críticas de políticos de extrema direita na França e até mesmo do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que consideraram a cena uma referência à última ceia entre Jesus e seus apóstolos.

As reações nas redes sociais forçaram Butch a registrar uma denúncia por cyberbullying, ameaças de morte e ofensas públicas.

O diretor artístico da cerimônia, Thomas Jolly, reivindicou uma referência a “um grande festival pagão ligado aos deuses do Olimpo”.

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