“Não pretendo concorrer a cargos oficiais, jamais. Nunca fui fã de política” (Crédito:Divulgação)

Michelle Obama não gosta nem um pouco quando o marido, Barack Obama, mantém-se com a voz baixa mesmo quando estão brigando. “Grito quando fico nervosa e ele fica calmo, o que me irrita mais”, conta a ex-primeira-dama americana em seu novo livro “Minha história”, com lançamento mundial na semana passada (no Brasil, pelo selo Objetiva). Detalhes assim, comuns na relação de qualquer casal, estão relatados nas 438 páginas do livro e dão uma feição mais humana à mulher que durante oito anos, de 2009 a 2017, ocupou a Casa Branca, ao lado do ex-presidente Obama, e aprendeu rapidamente a conquistar seus próprios holofotes. Escrito em primeira pessoa, o texto dá a dimensão de como a filha caçula de Fraser Robinson III e Marian Shields Robinson, casal de classe média baixa de Chicago, transformou-se em uma das personalidades mais icônicas da atualidade.

Michelle traça com elegância o limite entre o que permanecerá privado e o que pode ser conhecido de sua história. De sua relação com Obama, Michelle descreve detalhes do cortejo feito pelo ex-presidente, do pedido de casamento cinematográfico feito no restaurante preferido dos dois – o anel de diamantes veio na bandeja final – e os atritos. De personalidade forte, ela sentia inveja das certezas de propósitos de Obama. “Era um desafio conviver com isso”, diz. Michelle revela que o casal recorreu à terapia, a primeira vez quando ele começava no mundo da política e ela se sentia de fora e inferiorizada. A ex-primeira-dama relata ainda o sofrimento com um aborto espontâneo e a necessidade de recorrer à fertilização in vitro para gerar as filhas Malia e Sasha.

FAMÍLIA Com os pais, Fraser e Marian, e o irmão Craig, Michelle viveu uma infância sem muito dinheiro, mas feliz (Crédito:Divulgação)

Embora seja lembrada como um bom nome para entrar na política, ela reafirma que não irá concorrer a cargos oficiais. Mas não deixa de ser Michelle também nessa seara. Ela critica o presidente americano Donald Trump, referindo-se à informação que ele fez circular de que Obama não seria americano (ele nasceu no Havaí). “Nunca o perdoarei.”