Desde a redemocratização, em 1989, Lula da Silva, o meliante de São Bernardo, e os tucanos não se bicavam. Ou melhor, se pegavam para valer. E não foi por amor!

Naquela ocasião, o chefão petista enfrentou, além de Fernando Collor no segundo turno, e Leonel Brizola no primeiro, um dos maiores nomes do tucanato: Mário Covas.

Já em 1994, novo embate entre o líder do mensalão e o PSDB, com a vitória acachapante de Fernando Henrique Cardoso, ainda no primeiro turno daquelas eleições.

Em 1998, o pai do Ronaldinho dos Negócios levou outra surra eleitoral de FHC, novamente no primeiro turno da eleição, e emplacou sua terceira derrota seguida.

Finalmente, em 2002, o quadrilheiro petista venceu. Bateu José Serra (PSDB) e iniciou o ciclo cleptocrata petista que durou até o impeachment de Dilma Rousseff.

Em 2006, o chefe do petrolão derrotou Geraldo Alckmin, também conhecido como ‘picolé de chuchu’ por causa de seu carisma zero e entusiasmo algum. Haja sono, tadinho.

Em 2010, foi a vez da estoquista de vento derrotar José Serra – bi-perdedor, portanto -, e emplacar o terceiro mandato consecutivo da ladroagem ampla, geral e irrestrita.

Por fim, em 2014, uma nova coça eleitoral da petralhada na tucanada, e a saudadora de mandioca mandou Aécio Neves – aquele da sacola de dinheiro – chorar na cama.

NOVOS VELHOS TEMPOS

Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto, finalmente interrompeu o ciclo PT-PSDB ao vencer o poste Fernando Haddad, pau-mandado do então presidiário de Curitiba.

O devoto da cloroquina se elegeu prometendo ser diferente e fazer diferente; jurou que iria combater a corrupção e jamais permitir o ‘toma lá dá cá’ com os oportunistas.

Tão logo assumiu, o amigão do Queiroz resolveu incendiar o País, e iniciou suas inúmeras e energúmenas tentativas de golpe de Estado bananeiro, ‘a la’ Exército de Brancaleone.

Em 7 de setembro de 2021, o Bozo desferiu seu último ataque à democracia, quando levou milhares de bate-paus às ruas, em Brasília e em São Paulo, pelo fim das instituições.

Como deu com os burros n’água, não restou outra alternativa ao patriarca das rachadinhas, senão arregar ao STF, para não ser preso, e ao Congresso, para não ser impichado.

Assim ocorreu o casamento de conveniência entre o maníaco do tratamento precoce e os figurões do Centrão: Arthur Lira, Ciro Nogueira e Valdemar da Costa Neto.

Hoje, Bolsonaro está aboletado no PL, submisso às figuras acima e parceiro contumaz de Fernando Collor, Roberto Jefferson e outros ‘ilibados’ políticos do Centrão.

Se o leitor amigo e a leitora amiga chegaram até aqui, já devem ter recorrido a doses monumentais de Engov, Eno e omeprazol para dar conta dos engulhos.

ENFIM JUNTOS

Pois é. Com inveja, talvez, da parceria Bolsonaro-Centrão, eis que o ex-tudo (ex-presidente, ex-presidiário, ex-corrupto e ex-lavador de dinheiro) decidiu ter a sua própria dupla.

Com igual dose de cinismo, falta de vergonha na cara e pura cafajestice, o petista anunciou Geraldo Alckmin, ex-PSDB, atualmente PSB, seu parceiro de chapa para outubro.

Após anos acusando-se mutuamente – ladrão foi o mínimo que já disseram um do outro – os dois velhos caciques do PT e tucanos resolveram fazer as pazes e se casar.

Lula diz que mudou e que Geraldo mudou. Alckmin diz que mudou e que Lula mudou. Na verdade, a única coisa que não mudou foi a pornografia político-partidária do Brasil.

Ah, também não mudou essa nossa eterna vocação para corno-manso. O brasileiro gosta de ser traído, se possível, com requintes de crueldade. Vale até uns tapinhas, hehe.

Pessoalmente, quero mais é que Lula e Alckmin e Bolsonaro e Centrão se explodam; e se for uma explosão conjunta, tanto melhor, pois assim polui menos o ambiente.

Essa gente forma uma horda de oportunistas cretinos; um bando de corruptos sedentos por dinheiro e poder, que há décadas domina a política nacional e escraviza o Brasil.

Se você não se importa – e parece que 60% da população não se importam -, beleza! Corra às urnas e vote nos mitos e pais dos pobres. Eles, famílias e amigos só têm a te agradecer.